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Colunistas Belém sedia a Cúpula do Clima e a COP30, com potencial para redefinir o futuro climático global

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(Foto: Antonio Scorza/COP30)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nos dias 6 e 7 de novembro, Belém, capital do Pará, tornou-se palco da Cúpula do Clima, um encontro inédito que antecede a 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança do Clima, a COP30, que ocorre entre os dias 10 e 21.

A Cúpula, convocada pelo presidente Lula, reuniu líderes de 57 países na Blue Zone, área mais restrita e estratégica do evento, localizada dentro do Parque da Cidade.

Diferente da COP, que é voltada para negociações técnicas e diplomáticas, a Cúpula de Líderes tem caráter político e simbólico, servindo como catalisador para compromissos mais ambiciosos.

O Brasil tem papel histórico nas discussões climáticas. Em 1992, sediou a ECO-92, no Rio de Janeiro, marco das negociações globais sobre o aquecimento do planeta. Desde então, as COPs são realizadas anualmente, a partir de 1995, com o objetivo de buscar acordos para reduzir os efeitos da crise climática.

Antes da COP30, duas reuniões preparatórias definiram os rumos das negociações: uma em Bonn, na Alemanha, e outra em Brasília, com representantes de 67 países. Esses encontros foram essenciais para alinhar expectativas e preparar os temas centrais da conferência.

A partir do dia 10, entram em cena os negociadores dos 198 países signatários da Convenção-Quadro da ONU. As discussões seguem o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, que reconhece que os países desenvolvidos devem financiar e apoiar ações de mitigação e adaptação nos países em desenvolvimento.

A COP30 se divide em três espaços principais:

• Zona Azul: onde ocorrem as negociações oficiais entre os países.
• Zona Verde: aberta ao público, com exposições, debates e atividades culturais.
• Eventos paralelos: fóruns, painéis temáticos e encontros setoriais.

Outro destaque são as chamadas Casas da COP, espaços temáticos organizados por governos, ONGs, empresas e instituições acadêmicas. Elas funcionam como vitrines de soluções, locais de diálogo e articulação política. Belém sediará dezenas dessas casas, com forte presença da sociedade civil, empresas privadas, governos subnacionais e, claro, da população amazônica — protagonista legítima da pauta ambiental.

Apesar do entusiasmo, há preocupações. Ontem, o negociador-chefe brasileiro, Embaixador Maurício Lyrio, alertou que a maioria dos países ainda não entregou suas metas climáticas, conhecidas como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas).

As NDCs são compromissos voluntários de cada país para reduzir emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se aos impactos climáticos. Sem elas, não há como medir progresso ou cobrar resultados, tornando sua entrega essencial para o sucesso da COP30.

Mesmo diante de desafios, há razões para otimismo. A COP30 ocorre pela primeira vez na Amazônia, região vital para o equilíbrio climático global. O simbolismo de realizar o evento no coração da floresta, aliado à mobilização inédita de lideranças políticas, científicas e sociais, pode marcar um ponto de virada. A presença ativa de povos indígenas, comunidades tradicionais e juventudes reforça a legitimidade das discussões.

A COP30 não será apenas mais uma conferência. Ela tem tudo para ser o momento em que o mundo finalmente reconhece que não há tempo a perder — e que a Amazônia não é apenas um bioma, mas um farol para o futuro. Que Belém seja lembrada como o lugar onde a esperança venceu a inércia.

Renato Zimmermann é desenvolvedor de Negócios Sustentáveis e Ativista da Transição Energética

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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