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Ciência Bezos x Branson: entenda as diferenças entre os voos ao espaço dos dois bilionários

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Para se qualificarem como astronautas comerciais, os viajantes do espaço devem viajar 80 km acima da superfície da Terra. (Foto: Reprodução)

Desde que o britânico Richard Branson se tornou o primeiro dos três bilionários protagonistas da atual corrida a viajar ao espaço, a empresa do fundador da Amazon, Jeff Bezos, minimizou o feito do rival.

Hoje, Bezos fez seu voo, acompanhado de mais três tripulantes: seu irmão Mark Bezos, a pioneira espacial Wally Funk, de 82 anos, e o estudante de apenas 18 anos Oliver Daemen. Os dois últimos são a pessoa mais velha e a mais nova a irem para o espaço.

Há semelhantes e diferenças nos voos dos dois bilionários. Ambos são chamados de suborbitais, ou seja, as espaçonaves não entram na órbita da Terra. Elas sobem e voltam ao chão, fazendo uma curva.

Entre as diferenças está o meio de transporte utilizado. Enquanto Branson voou a bordo do WhiteKnightTwo, um avião não convencional, que foi batizado de VSS Unity e desenvolvido pela Virgin Galactic, Bezos foi ao espaço a bordo de uma cápsula impulsionada por um foguete, a New Shepard, desenvolvida pela Blue Origin.

A New Shepard tem 18,3 metros de altura e é completamente autônoma. Por isso, o voo da Blue Origin foi o primeiro voo suborbital a ser realizado sem piloto.

Além disso, a cápsula e o foguete que levaram Bezos e mais três tripulantes foram lançados a partir de uma base no meio de um deserto no Texas, enquanto que a VSS Unity foi lançada de uma pista de um astroaeroporto construído pela própria Virgin Galactic.

Outra diferença é a altura dos voos. O voo de Branson atingiu altura máxima de 86 quilômetros acima do nível do mar, mais que os 80 quilômetros considerados nos EUA como a fronteira entre a atmosfera da Terra e o espaço sideral.

No entanto, a Federação Internacional de Aeronáutica (FIA) estabeleceu esse limite em cem quilômetros de altura, marca que a empresa de Bezos ultrapassou, ao voar 100 km.

Esse ponto é chamado de Linha de Kármán, uma referência ao engenheiro aeroespacial húngaro-americano Theodore von Kármán, que se dedicou a estudar o tamanho da atmosfera nos anos 1950.

Apesar de alimentar a disputa comercial entre as duas empresas, não há uma convenção internacional sobre isso.

A atmosfera vai ficando rarefeita quanto mais longe do nível do mar. Como não é possível precisar onde ela termina, a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, arbitraram essa fronteira em 80 quilômetros.

Mas a aeronáutica internacional, adotada pela maioria dos países, manteve os cem quilômetros de altura

A empresa de Bezos se apegou a essa diferença para tentar reduzir a importância do voo de Branson, impedindo que ofusque o voo do fundador da Amazon que aconteceu nesta terça (20).

Mas, do ponto de vista científico, a questão não é tão relevante, já que os dois voos podem ser considerados suborbitais, ou seja, atingiram o espaço e uma condição de ausência de gravidade.

Em 2018, a própria FIA abriu um diálogo com especialistas sobre a possibilidade de baixar a linha de Kárman para 80 quilômetros, como fez a Nasa, diante de análises científicas reconhecidas como válidas nessa direção.

Ainda que os estudos tenham identificado essa fronteira entre 80 e cem quilômetros, há evidências científicas de que gases terrestres podem ser encontrados a mais de 600 quilômetros da superfície da Terra.

Neste caso, nenhum dos dois bilionários seria ainda capaz de chegar perto da chamada fronteira do espaço sideral.

Independentemente do duelo espacial, Branson não para de fazer planos e, depois do voo bem-sucedido, planeja viagens espaciais ao ritmo de um turista por dia lançado ao espaço.

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