Domingo, 19 de outubro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Biólogo, educador físico, médico: quem deveria ser prioritário na vacinação contra o coronavírus?

Compartilhe esta notícia:

Também há maioria para liberar o uso de imunizantes autorizados por determinadas agências reguladoras estrangeiras. (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

A divulgação do Plano Nacional de Imunização (PNI) pelo governo federal no ano passado esquentou o debate sobre quem de fato deveria ser vacinado primeiro contra o novo coronavírus. Biólogo, veterinário e educador físico são profissionais da saúde e estão no mesmo grupo prioritário de médicos e enfermeiros, já que também podem atuar na linha de frente contra a covid. Mas, quando a campanha começou, pessoas sem nenhum envolvimento com o enfrentamento da pandemia aproveitaram para receber o imunizante apenas porque, por definição, se enquadrariam na lista.

Diante dos casos de psicólogos, biólogos e nutricionistas alheios à luta contra o coronavírus e vacinados neste primeiro momento, o Ministério da Saúde enviou nota aos secretários de saúde pedindo ajustes: “O Plano Nacional de Imunização é altamente exequível. O problema é que não temos quantidade de vacina para executá-lo. As pessoas deveriam entender que a vacina é mais um elemento de prevenção. E não o elemento. Todo mundo acha que seu grupo é o mais importante, mas deveria seguir uma priorização técnica. A pessoa tinha que pensar se, de fato, está enfrentando alguma situação de risco”.

Há quem tenha, por conta própria, agido de forma ética sem determinação formal. A infectologista Sylvia Lemos, de 64 anos, por exemplo, poderia ter tomado a vacina contra o coronavírus, mas optou por esperar, pois não está mais na linha de frente do combate à doença. Ela esteve em situação de risco, mas, durante a pandemia, mudou totalmente sua rotina. Trabalhava em cinco hospitais no Recife e fazia cerca de 60 viagens por ano para congressos e consultorias. Em abril, foi afastada do trabalho presencial por suspeita de covid. Teve todos os sintomas, mas o teste deu negativo. Por ter uma mãe de 84 anos e um marido com comorbidade, decidiu mudar sua vida.

O primeiro passo de Sylvia foi entender melhor como funciona o computador e frequentar aulas sobre os programas de conversas online. Depois, adaptou o consultório particular para receber um número menor de pacientes e atender em um maior espaço de tempo, respeitando os protocolos. Por fim, precisou encontrar novas formas de aproveitar o tempo livre, já que não vai mais à praia e também suspendeu idas ao cinema e à pizzaria com os amigos. “Agora ficamos eu e meu marido na Netflix”, brinca.

Para aguentar a rotina em casa, montou um pequeno jardim na varanda de seu apartamento e adotou um gato, uma atitude inusitada para quem nunca foi muito próxima dos bichos. “Achava que tinha que dar leveza à minha casa. Vi uma gatinha abandonada, acho que me sentia abandonada também. Foi uma pequena redescoberta de quem eu seria”, conta.

As aulas na universidade ainda continuam online. Sylvia é professora titular na Universidade Federal de Pernambuco. “Tenho mais de 80 alunos. Tenho que ser exemplo. Não adianta escrever livro sobre biossegurança, fazer um monte de lives e não ser exemplo para mim. Como adaptei minha vida no virtual e não tem vacina para todos ainda, vou esperando minha vez. Tem muitas pessoas mais vulneráveis do que eu e que precisam ser vacinadas antes”, afirma.

Repensando a ordem de imunização

Como nem todo mundo pensa como Sylvia, a busca por um Plano Nacional de Imunização mais claro chegou ao Superior Tribunal Federal (STF). O ministro Ricardo Lewandowski determinou que o governo federal informe quem terá prioridade na campanha de vacinação contra o coronavírus.

Para o médico Wladimir Queiroz, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mesmo após as alterações feitas para o segundo plano de imunização, as prioridades continuam confusas: “Poderia funcionar se tivesse número suficiente de doses. Neste momento, existe carência para terminar a vacinação nos grupos prioritários. Tem hospitais que vacinaram todos os funcionários. Outros que vacinaram só linha de frente mesmo. Está tudo muito perdido”.

Queiroz afirma que o Brasil precisa, neste momento, de um plano mais real, desenhado conforme o cenário de dificuldade em comprar as doses. “Os professores tinham que entrar nos grupos prioritários. A gente está colocando professores em risco. Sabemos que crianças podem ter quadro leve e assintomático com potencial transmissor.”

O infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, acredita que o problema não está bem no plano de imunização, mas na maneira geral como os governantes estão enfrentando a doença. Ele dá o exemplo do Uruguai, que ainda não começou a vacinar sua população, mas tomou outras medidas para evitar a proliferação do vírus.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Brasil acumula mais de 10 milhões de casos de Covid-19
O presidente da Câmara dos Deputados diz a Bolsonaro que a Casa deve manter a prisão de Daniel Silveira para não atrasar a pauta econômica
https://www.osul.com.br/biologo-educador-fisico-medico-quem-deveria-ser-prioritario-na-vacinacao-contra-o-coronavirus/ Biólogo, educador físico, médico: quem deveria ser prioritário na vacinação contra o coronavírus? 2021-02-18
Deixe seu comentário
Pode te interessar