Segunda-feira, 10 de novembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo A blasfêmia que contrariou a Bíblia sobre a verdadeira idade do planeta Terra

Compartilhe esta notícia:

Cientista provou que o mundo era muito mais velho. (Foto: Reprodução)

Como muita gente vivendo no século 18, James Hutton era religioso e acreditava que Deus tinha criado o mundo. Porém, o escocês não conseguia aceitar que a única fonte de informações para seu interesse em geologia, em especial, o processo de formação da Terra – e das colinas que cercavam sua cidade natal, Edimburgo – era a Bíblia.

Em 1747, ele deu início, então, ao que na época era pura blasfêmia: questionar a data da Criação, que algumas edições da Bíblia disponíveis até forneciam com precisão: sábado, 22 de outubro do ano 4004 a.C.

Hutton acreditava que Deus tinha dado um sistema de leis naturais para o mundo. E que nada tinha ocorrido tão recentemente quanto até alguns cientistas afirmavam.

Escândalo providencial

Hutton foi descrito por seus pares como um homem divertido, que gostava de uísque e era mulherengo. Após engravidar uma amante, foi banido de Edimburgo e passou a viver em um sítio no sul da Escócia. Foi lá que ele desenvolveu suas teorias sobre o planeta.

Um lugar sombrio, chuvoso e açoitado pelos ventos; as águas levavam do solo os nutrientes e Hutton temia que simplesmente fossem erodir tudo. O escocês passou a observar rochas e viu que elas tinham camadas sutilmente distintas.

 Ele concluiu que criação e destruição da Terra não tinham sido os acontecimentos repentinos narrados pela Bíblia, mas ações lentas e imperceptíveis ao longo do tempo.
Aos 41 anos, Hutton voltou a Edimburgo, em pleno apogeu do Iluminismo na Escócia. Junto com amigos famosos como o químico Joseph Black, descobridor do gás carbônico, e Adam Smith, uma dos mais influentes economistas da história, fundou o Clube das Ostras, um lugar para beber e debater.

Hutton sabia que nem todas as rochas tinham capas de sedimentos, o que levava a crer que havia outra maneira de se formarem. Foi com ajuda de outro amigo – o inventor do motor a vapor, James Watt, que ele encontrou a solução.

Fascinado pelas máquinas de Watt, Hutton começou a se perguntar se a Terra também não era alimentada por calor – e quiçá o planeta não teria em seu centro um poderoso motor térmico.

 Embaraço e desafio

Em 1785, persuadido pelos amigos intelectuais, Hutton apresentou sua teoria na Academia Real de Edimburgo. A teoria não só foi rechaçada como Hutton ainda foi acusado de ateísmo e heresia.

Um dos maiores problemas que ele teve foi quando tentou refutar a crença de que o granito não era “a pedra fundamental usada por Deus na criação da Terra”. Hutton afirmava que este tipo de rocha era um exemplo de material jovem e que tinha sido um dia quase líquido.

E, aos 60 anos, em vez de simplesmente dar de ombros, foi buscar as evidências. Escolheu como local o Vale de Tilt, ponto de encontro dos grandes rios da Escócia – o Dee, que corre sobre um leito de granito rosa, e o Tay, sobre arenito (cinza).

Hutton imaginava que o encontro dos rios lhe daria provas de sua teoria. E foi assim: ele encontrou rochas estratificadas cinza com granito rosa injetado.

Isso demonstrava que o granito estava fundido quando se encontrou com as rochas cinza, e que havia um “motor gigante de calor” em ação. Além disso, sustentava seu argumento de que Terra tinha sofrido mudanças desde a Criação, ao contrário do que dizia a Bíblia.

Muitos milhares de anos

Em 1788, Hutton tomou o rumo de Siccar Point, uma formação rochosa na Costa Leste escocesa. Ele estava intrigado pelos diferentes ângulos das rochas ao longo dos desfiladeiros – em alguns pontos eram verticais, enquanto em outros eram horizontais.

Observando-as, ele concluiu que a diferença se devia a ciclos geológicos, em que uma variedade de tipos de rocha se intercalavam.

Na época, Hutton são sabia que estava vendo o resultado do movimento de placas tectônicas, mas tinha informações suficientes para deduziras que as alterações não tinham como ocorrer no templo bíblico, mas sim no que chamou de tempo profundo.

Esse conceito foi um avanço extraordinário, tão significativo como a Teoria da Evolução das Espécies de Darwin ou a Teoria da Relatividade de Einstein. (AG)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Vice-presidente Michel Temer comparece ao velório de Mendes Ribeiro Filho
Tecon Rio Grande distribui centenas de cobertores em Rio Grande
https://www.osul.com.br/blasfemia-que-contrariou-biblia-sobre-verdadeira-idade-do-planeta-terra/ A blasfêmia que contrariou a Bíblia sobre a verdadeira idade do planeta Terra 2017-07-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar