Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2018
A Boeing descartou nesta segunda-feira (05) reviver o avião de passageiros 767, pois continua a ponderar opções para um nicho promissor no meio do mercado de aeronaves.
“Reviver o 767 [versão de passageiros], eu realmente não vejo isso”, disse Randy Tinse, vice-presidente de marketing comercial, a jornalistas em uma teleconferência.
O mercado tem especulado que a Boeing poderia reviver a família 767 para oferecer às companhias aéreas um apoio de baixo custo caso uma nova proposta de aeronave para o mercado intermediário sofra atrasos ou caso a Boeing decidida não continuar com esse projeto.
Unidade número 10.000
O automóvel mais vendido no Brasil atualmente, o Chevrolet Onix, leva cerca de 20 dias para ter 10 mil unidades produzidas, algo corriqueiro para um veículo popular. Mas quando se trata de um jato comercial essa marca é histórica. Pois é o que a Boeing está prestes a atingir com seu modelo 737.
A unidade número 10.000 está na reta final de montagem em Renton, no estado de Washington, e será entregue à companhia aérea Southwest Airlines nos próximos meses – a Boeing não revela datas exatas. O modelo em questão é o novo 737 MAX 8, a mais vendida da atual família (e que será usada pela Gol a partir do segundo semestre).
A fuselagem, fabricada pela empresa Spirit Aerosystems, foi entregue em meados de fevereiro para a Boeing que acaba de instalar suas asas nesta semana, como divulgou em seu perfil no Twitter.
Mas, afinal, o que significa produzir 10 mil jatos comerciais? No caso do 737, avião que completou 50 anos em 2017, é muita coisa. Não por ser apenas o mais popular jato da história mas porque ele demorou a tornar-se onipresente como é hoje. O início de carreira, em fevereiro de 1968 com a Lufthansa, foi decepcionante e por pouco a fabricante não desistiu de vender o “baby Boeing“.
Contudo, com a crise do petróleo em 1973 o mercado de aviação passou a ver com bons olhos os birreatores que passaram a dominar as vendas na década de 80. Na época, o grande “best seller” era o trijato 727, maior e mais elegante que o 737. E aí está uma ótima referência para entender seu feito: foram fabricadas apenas 1.832 unidades do 727 em cerca de 22 anos, recorde para a época.
Rival no encalço
Curiosamente, o 737 embalou com o passar do tempo. As vendas nunca foram tão grandes quanto nos últimos anos. Apenas da família MAX já são mais de 4.300 unidades encomendadas. O recorde, no entanto, não deve ser exclusivo do avião americano. Seu rival mais famoso, o Airbus A320 (e seus derivados), já acumula 8 mil entregas em três décadas de produção. No atual ritmo, essa marca será igualada por volta de 2020. Até lá a Boeing cantará sozinha de galo nesse aspecto.