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| A Boeing não quer o controle da Embraer, mas aumentar o poder de competição das duas empresas no mercado mundial de aviação

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O ponto sensível é que a empresa norte-americana também estaria de olho na área militar da Embraer. Na foto, um super tucano. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente e um dos fundadores da Embraer, Ozires Silva, foi convidado pela direção da fabricante brasileira para avaliar a proposta de uma potencial combinação de negócios feita pela americana Boeing, iniciativa classificada por ele como “muito elegante”. As negociações tornaram-se públicas na semana passada. Sem dar detalhes das conversas entre as duas empresas, Silva afirmou que a Boeing está disposta a encontrar uma solução que atenda aos interesses das duas empresas e, ao mesmo tempo, tenha o aval do governo brasileiro e dos acionistas. O objetivo, segundo ele, é aumentar o poder de competição das duas empresas no mercado mundial de aviação. Silva lembrou que o processo de privatização da Embraer também enfrentou desafios e oposição, mas que se não tivesse sido feito, a Embraer não teria sobrevivido.

“Embora não tenha nenhum cargo na Embraer, fui chamado pelo presidente Paulo Cesar [de Souza e Silva] e o presidente do conselho de administração da empresa, Alexandre Gonçalves Silva, para conversar sobre a proposta feita pela Boeing. Eu li a carta que a empresa enviou à Embraer e considerei a proposta muito elegante. Apesar de haver uma exploração contrária a esse processo, principalmente por parte do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, lembro que o mesmo aconteceu no processo de privatização da empresa, em 1994, mas se ele não tivesse sido feito a Embraer não teria sobrevivido”, disse.

“O controle não está em discussão. A ideia é continuar como está. Existe um novo posicionamento no mercado de aviação mundial e os grandes fabricantes como a Boeing, Airbus, Bombardier e Embraer têm que responder a isso. A aproximação entre a Boeing e a Embraer também é uma reação natural à compra que a Airbus fez das operações de jatos regionais da canadense Bombardier”, ressaltou Silva.

Controle militar

A proposta da Boeing para associar-se à Embraer não é restrita à área de aviação comercial. Inclui também a divisão de defesa da fabricante brasileira.

Isso tornará a conversa ainda mais sensível politicamente, já que o governo brasileiro diz que vetará a perda de controle nacional da empresa devido à sua importância estratégica na área militar.

A gigante americana não tem um formato fechado de oferta. Trará à mesa exemplos de parceria na área militar que dão salvaguardas de soberania aos países.

No Reino Unido, a Boeing abriu uma unidade de defesa em 2008 e emprega mil pessoas. É listada com uma “contratada X”, por obedecer a uma série de requisitos de controle por parte do governo. Entre eles, ter sete altos funcionários se reportando à pasta da Defesa, inclusive dois diretores britânicos.

Na mão inversa, a empresa de defesa britânica BAE Systems abriu uma unidade nos EUA que obedece a critérios rígidos, para manter sigilo de informações militares.

Na Austrália, a Boeing tem sua maior operação externa, com 2.000 funcionários. Lá ela também está sujeita a controle governamental de dados sensíveis.

Desde quando foi criada pelos militares em 1969, a Embraer tem relação umbilical com a Força Aérea, sua principal cliente de defesa mesmo após a privatização de 1994.

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