Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2025
A proporção passou de 20,2%, em 2010, para 26% em 2022
Foto: PMPA/DivulgaçãoPorto Alegre registrou aumento de 5,8% na população negra (pessoas pretas e pardas) entre 2010 e 2022. O dado está no boletim epidemiológico publicado pela SMS (Secretaria Municipal de Saúde) nesta quinta-feira (11).
A proporção passou de 20,2%, em 2010, para 26% em 2022. Do total de 1.330.845 pessoas moradoras na cidade, 345.391 se autodeclararam negras no Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). São mais de 19 mil pessoas até 9 anos de idade, com paridade entre os sexos. A partir dos 10 anos, a proporção de mulheres é maior: são 142.090 homens e 159.495 mulheres.
A taxa de natalidade na cidade vem decrescendo ao longo dos anos. Mas o maior registro de nascidos vivos está entre pessoas pretas, na comparação com pardas e brancas. Em relação às desigualdades raciais, verificam-se maiores taxas de incidência e mortalidade na população preta.
Na violência letal, esse padrão é ainda mais acentuado, com homens negros apresentando as maiores taxas de homicídio. Impacto desproporcional de infecções é verificado ao longo dos anos, mesmo quando há redução geral dos agravos.
Na população negra, vulnerabilidades são intensificadas por condições adversas ao nascer, dificuldades no pré-natal e maior ocorrência de baixo peso ao nascer, agravadas pela menor continuidade de cuidados, o que perpetua desigualdades em saúde desde a infância.
Entre as informações apresentadas estão as populacionais e demográficas, dados sobre agravos que impactam diretamente a população, incluindo a violência interpessoal e autoprovocada, HIV/Aids, sífilis, hepatites, tuberculose, doença falciforme e hanseníase, entre outros aspectos.
“Monitorar esses dados, reconhecendo desigualdades historicamente construídas, é condição fundamental para transformar realidades e avançar na equidade em saúde no município de Porto Alegre”, destaca a gerente da unidade de vigilância epidemiológica, Patrícia Conzatti.
O boletim é uma publicação conjunta da Diretoria de Vigilância em Saúde e área técnica da Saúde da População Negra da SMS.