Por Redação O Sul | 1 de outubro de 2025
Em meio às preocupações com a paralisação do governo dos Estados Unidos, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, encerrou nessa quarta-feira (1°) em queda de 0,49%, aos 145.517 pontos. Já o dólar fechou a sessão em leve alta de 0,11%, cotada a R$ 5,32.
Desde a 0h01min dessa quarta-feira, o governo norte-americano entrou em “shutdown”, ou seja uma paralisação dos gastos públicos federais. Isso acontece porque democratas e republicanos não chegaram a um acordo para aprovar a lei orçamentária, que precisava ser aprovada até a terça-feira.
A consequência imediata é a suspensão de algumas atividades de agências governamentais, o atraso no pagamento de centenas de milhares de funcionários públicos, e o atraso na publicação de importantes indicadores da economia norte-americana.
O principal efeito imediato é a não divulgação do payroll, o relatório mais importante sobre o mercado de trabalho, usado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) como insumo para definir as taxas de juros.
Do lado do Brasil, mas ainda em relação aos EUA, a conversa entre Lula e Donald Trump ainda não tem previsão para acontecer, o que contribuiu para a diminuição do otimismo local. A expectativa era de que a reunião acontecesse ainda essa ainda.
Ibovespa
Neste cenário, o Ibovespa oscilou entre 146.879,33 pontos na máxima e 145.193,28 pontos na mínima do dia. O volume negociado foi de R$ 20,9 bilhões.
– Acumulado da semana: +0,05%;
– Acumulado do mês: -0,49%;
– Acumulado do ano: +20,98%.
Dólar
A cautela fez com que o câmbio tivesse pouca variação pelo segundo dia seguido. Com isso, o dólar comercial terminou dia com avanço de 0,11%, e fechou a R$ 5,32.
– Acumulado da semana: -0,18%;
– Acumulado do mês: +0,11%;
– Acumulado do ano: -13,77%.
Bolsas de Nova York
Apesar das preocupações com o “shutdown” terem feito as Bolsas de Nova York caírem no começo do pregão, os principais índices se recuperaram no fim do dia e fecharam no azul. A previsão do mercado nos EUA, é que a situação não se estenda muito.
Assim, o S&P 500 teve alta de 0,34%, o Nasdaq ganhou 0,42%, enquanto o Dow Jones subiu 0,09%.
Impactos
“Shutdowns” não são novidade nos EUA, mas sempre trazem preocupações. E o impacto sobre a economia depende da duração da paralisação: quanto mais longa, maior seu impacto. Entenda abaixo o que é o “shutdown” e como ele pode afetar a economia americana e os mercados
O que leva a um “shutdown”? Sem um acordo, partes do governo começarão a ser fechadas. Até que o Congresso aprove alguma lei orçamentária, uma ampla gama de serviços federais são temporariamente interrompidas ou afetadas.
Um impasse em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, resultou em uma paralisação de 34 dias, a mais longa da era moderna. Na época, aproximadamente 800 mil dos 2,1 milhões de funcionários do governo federal foram afastados sem pagamento, segundo o jornal britânico The Guardian.
Um dos impactos da paralisação é a interrupção na coleta e divulgação de estatísticas oficiais. O Departamento do Trabalho já sinalizou que, caso o “shutdown” dure até o fim da semana, não poderá publicar o relatório de empregos de setembro, previsto para esta esta sexta-feira. Também pode ser adiada a divulgação do índice de inflação de outubro, caso o impasse se prolongue.
Esses dados são fundamentais para o mercado financeiro e para o Federal Reserve (Fed), que usa essas informações para calibrar a política monetária. Sem eles, investidores e dirigentes da autoridade monetária ficam mais dependentes de fontes privadas.
