Quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (30), estar conversando com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para que o porteiro do condomínio onde o chefe do Executivo mantém residência no Rio possa ser ouvido novamente na investigação que apura a morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), mas desta vez pela PF (Polícia Federal).
“O porteiro ou se equivocou ou não leu o que assinou. Pode o delegado [da Polícia Civil] ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, né, acabou assinando embaixo. Isso pode ter acontecido. Estou conversando com o ministro da Justiça, o que pode ser feito para a gente tomar, para a polícia pegar o depoimento novamente. O depoimento agora desse porteiro pela PF”, declarou.
Bolsonaro disse ainda estar “aguardando a TV Globo ter a dignidade” de o convidar para uma entrevista ao vivo no Jornal Nacional, principal telejornal da emissora, a fim de esclarecer menção a seu nome na investigação que apura a morte de Marielle, ocorrida em março de 2018. “Aguardo a TV Globo me convidar para o horário nobre do Jornal Nacional para falar sobre o caso Marielle no conjunto onde eu moro”, declarou ao sair do hotel em Riad, capital da Arábia Saudita, onde está hospedado.
Reportagem divulgada pelo Jornal Nacional relata que o porteiro afirmou que um dos suspeitos de matar a vereadora pediu para ir à casa do presidente no dia do crime. O condomínio Vivendas da Barra é o mesmo onde vivia o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil como o autor dos disparos que mataram Marielle e o seu motorista.
O porteiro disse em depoimento que Bolsonaro teria autorizado a entrada do suspeito no condomínio. No entanto, naquele dia Bolsonaro estava na Câmara dos Deputados, segundo registro de presença da Casa.