Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2019
Dois dias depois de dizer que deveria anunciar a sua indicação para o comando da PGR (Procuradoria-Geral da República) até segunda-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro adiou para a próxima sexta-feira (16) a previsão de quando vai revelar a sua escolha.
Ele justificou o adiamento comparando o processo a um casamento, metáfora que costuma utilizar frequentemente, e brincou que hoje há “uns 80” candidatos no páreo para chefiar o MPF (Ministério Público Federal). “Não decidi ainda. PGR, passamos para, talvez sexta-feira da semana que vem, a gente decida aí. Porque é uma escolha muito importante, né? O mesmo de quando você se casou na tua vida. Você não escolheu bastante para se casar? E ela também escolheu bastante para casar contigo”, afirmou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.
Na quarta-feira (07), o presidente havia dito que pretendia anunciar o nome do escolhido até o início da semana que vem para que a pessoa tenha tempo de articular a própria aprovação no Senado. Ele também disse, na ocasião, que os jornalistas “vão morrer curiosos”.
Questionado se o número de candidatos que podem ser escolhidos aumentou, ele negou, mas em seguida disse que “todo mundo está no páreo”. “Uns 80 no páreo, é isso?”, declarou olhando para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que estava ao seu lado e respondeu que “tem bastante gente”.
Ao ser indagado se Moro lhe fez alguma recomendação sobre a escolha para a PGR, Bolsonaro confirmou, mas disse que também ouve outros ministros. “Em grande parte eu me aconselho com ele. Eu sou técnico de um time de futebol, ele é um jogador. Então, o jogador conversa comigo, dá sugestão: “Esse nome talvez não dê certo, aquele seja melhor”. Assim como os demais ministros. Eu sou uma pessoa que, para contrariar o que muitos falaram de mim no passado, eu sou extremamente democrático.”
Sob pressão tanto do mundo político quanto do Jurídico, Bolsonaro reservou a sua agenda oficial para receber candidatos ao posto de procurador-geral da República nos últimos dias. Desde o final da semana passada, o presidente da República recebeu pelo menos quatro postulantes à sucessão de Raquel Dodge, cujo mandato termina em setembro, todos sugeridos por aliados do chefe do Executivo, que tentam emplacar um nome de perfil conservador na PGR.