Terça-feira, 18 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que mantém a sua determinação de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Porém, ele não disse quando ocorrerá a mudança. O chefe do Executivo ressaltou que quer evitar confrontos e choques.
De acordo com o presidente, as resistências vêm, sobretudo, dos palestinos e iranianos. “Não mudei de ideia, não”, disse o presidente durante entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília. “Não queremos confrontar ninguém.”
Na viagem a Israel, encerrada na semana passada, Bolsonaro anunciou a instalação de um escritório de negócios em Jerusalém, destinado aos assuntos de ciências, tecnologia e inovação, além de comércio e economia.
A Autoridade Palestina condenou “nos termos mais fortes” a decisão brasileira de abrir um escritório de negócios em Jerusalém e convocou o seu embaixador no Brasil para consultas, segundo um comunicado. “Entraremos em contato com o nosso embaixador no Brasil para chamá-lo para consultas, para tomarmos as decisões apropriadas para lidar com esta situação”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina.
O ministério afirmou que considera a decisão brasileira “uma violação flagrante da legitimidade e das resoluções internacionais, uma agressão direta ao nosso povo e a seus direitos e uma resposta afirmativa para a pressão israelense-americana que mira reforçar a ocupação e a construção de assentamentos na área ocupada em Jerusalém”.
O comunicado reitera que a Palestina considera Jerusalém como parte de seu território. Segundo o jornal The Jerusalem Post, a Autoridade Palestina irá debater com outros países uma resposta unificada para a decisão brasileira.
Venezuela
Bolsonaro também disse que, em caso de intervenção militar externa na Venezuela, irá consultar as áreas devidas para tomar uma decisão. “Se houver uma invasão lá, o que eu vou fazer? Vou ouvir o Parlamento e o Conselho de Defesa Nacional.”
Para ele, o caminho para pressionar o governo de Nicolás Maduro é o embargo econômico. “Não podemos deixar aquilo se transformar em uma nova Cuba ou Coreia do Norte.”
A crise na Venezuela, segundo o presidente, envolve solução militar. Para ele, as Forças Armadas garantem a sustentabilidade de Maduro no poder, pois há cerca de 2 mil generais no país que o apoiam. “Quem mantém o Maduro em pé é o Exército”, disse.
Bolsonaro reiterou que os Estados Unidos estão na “vanguarda” em relação às medidas que devem ser adotadas na Venezuela. Ele lembrou que, durante o seu encontro com o presidente norte-americano Donald Trump, foi dito que “todas as possibilidades estão sobre a mesa”.