Por Redação O Sul | 23 de dezembro de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou a entrevista que concederia na terça-feira (23) da prisão, em Brasília, ao portal de notícias Metrópoles. Em uma mensagem à mão encaminhada à coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles, Bolsonaro afirmou que não daria entrevista em razão de problemas de saúde.
A entrevista havia sido autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A conversa teria duração máxima de uma hora e deveria respeitar as regras da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Distrito Federal.
Conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a desistência teve peso significativo de objeções vindas do círculo mais próximo do ex-presidente. Michelle Bolsonaro e integrantes da equipe jurídica avaliaram que a entrevista poderia trazer custos elevados, tanto no campo legal quanto no político, e se posicionaram contrariamente à iniciativa.
De acordo com a colunista, em nota publicada em 19 de dezembro, a conversa com a imprensa seria a primeira manifestação pública de Bolsonaro após a prisão. A ideia era apoiada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que via na ocasião uma oportunidade para receber um endosso explícito do pai a um projeto eleitoral para 2026. A proposta, no entanto, aprofundou tensões internas, tanto no âmbito familiar quanto entre aliados políticos.
Embora Michelle tenha demonstrado apoio público ao enteado, ela rejeita a hipótese de sua candidatura e entende que um posicionamento direto do ex-presidente poderia consolidar um caminho sem retorno.
Ainda conforme a coluna, integrantes da defesa consideram que uma eventual conversa com a imprensa poderia gerar prejuízos ao ex-presidente, seja no conteúdo dos processos em curso, seja na linha adotada pelos advogados, que buscam a substituição da prisão por regime domiciliar alegando problemas de saúde. Na avaliação do grupo, a disposição para dar entrevista poderia contradizer esse argumento e fragilizar o pedido.
O advogado Fábio Wajngarten, que ocupou a Secretaria de Comunicação no governo Bolsonaro, também se posicionou de forma pública contra a entrevista. Para ele, toda a atenção deveria estar voltada apenas para a mudança do regime de cumprimento da pena.
A defesa do ex-presidente pediu ao STF que a cirurgia de hérnia em Bolsonaro seja realizada no Natal. Advogados solicitaram também que o ex-presidente seja internado nesta quarta (24) no hospital DF Star, para ser submetido aos exames necessários e preparatórios ao procedimento cirúrgico.
Os pedidos foram concedidos pelo ministro Moraes.
Jair Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral. A perícia médica realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal na semana passada concluiu que o ex-presidente tem um problema que afeta os dois lados da região da virilha – e precisa passar por cirurgia. (Com informações do portal de notícias UOL)
