Domingo, 17 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 31 de março de 2019
Sob chuva intensa, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro desembarcou neste domingo (31) no Aeroporto Internacional de Tel Aviv para uma visita de quatro dias a Israel. O avião do presidente pousou por volta das 9h45min (3h45min, horário de Brasília).
Em cerimônia que durou cerca de 15 minutos, ele discursou, bem como o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Mas nenhum dos dois tocou em assuntos polêmicos, como a transferência da embaixada do Brasil para Jerusalém. “Eu amo Israel”, disse Bolsonaro, em hebraico, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu – que raramente se desloca para o aeroporto para se encontrar com chefes de Estado.
Essa foi apenas a quinta vez em dez anos que Netanyahu ofereceu esse gesto. Antes de Bolsonaro, ele recebeu no aeroporto apenas dois presidentes americanos, Barack Obama e Donald Trump, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o papa Bento 16.
“Prezado amigo, prezado irmão Benjamin Netanyahu. Há dois anos estive em Israel e visitei o rio Jordão”, disse Bolsonaro, que foi ao país naquela oportunidade em 2016. “Por coincidência, meu nome é Messias. Me senti emocionado naquele momento. Uma emoção, um compromisso, uma fé verdadeira que me acompanhará o resto da minha vida.”
Bolsonaro afirmou que espera levar ensinamentos de Israel para o Brasil: “Sabemos que Israel não é tão rico como o Brasil em recursos naturais e outras coisas. Mas eu dizia: ‘Olha o que eles não têm e veja o que eles são’. E falava: ‘Olha o que nós temos e veja o que não temos. Como poderemos ser iguais a eles? Ter a mesma fé que eles têm’”, continuou, citando uma passagem bíblica.
O presidente também mencionou a internação no hospital Albert Einstein, gerido pela comunidade judaica em São Paulo, para se recuperar do atentado a faca que sofreu durante a campanha para as eleições presidenciais.
“Dois milagres aconteceram comigo. Um é estar vivo. Fui muito bem atendido num segundo momento no hospital Albert Einstein em São Paulo”, afirmou, lembrando também a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, primeiro local em que foi atendido após ser atacado.
Bolsonaro agradeceu o envio de equipe de salvamento israelense que ajudou nas operações de resgate e de busca de corpos em Brumadinho, em Minas Gerais, e afirmou que seu governo “está firmemente decidido a fortalecer a parceria Brasil-Israel: “A amizade entre os nossos povos é histórica. Tivemos um momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz”, declarou, referindo-se aos anos de governo PT, quando houve distanciamento diplomático.
Ele também lembrou, em vídeo publicado nas redes sociais, que “a cooperação nas áreas de segurança e defesa também interessam muito ao Brasil”.
Antes de finalizar, Bolsonaro lembrou a criação do Estado de Israel. “É motivo de muito orgulho para mim e para o povo do meu país o papel que o nosso chanceler Oswaldo Aranha desempenhou na criação do nosso estado de Israel. Eu disse nosso. Felizmente retornamos o tratamento equilibrado nas questões do Oriente Médio.”
No final do discurso, o brasileiro cometeu um erro em hebraico. Em vez de repetir “Ani ohev Israel” (Eu amo Israel), ele olhou para uma “colinha” e disse: “Ana ohev Israel”. “Ana” significa “eu” em árabe, não em hebraico.
Bolsonaro foi recebido ainda dentro do avião por Benjamin Netanyahu, e, ao desembarcar, passou em revista as tropas, colocadas sob tendas brancas improvisadas devido ao mau tempo. O hino nacional foi tocado pela banda oficial do aeroporto, bem como o Hatikva, o hino de Israel.
“Meu amigo, estamos fazendo história”, disse Netanyahu. “Fico feliz que apenas três meses depois de sua posse, em sua primeira viagem fora do continente americano, você vem a Israel para levar nosso relacionamento a um novo auge. É a maior delegação brasileira que já veio a Israel. Vamos assinar contratos em nossa cidade eterna, Jerusalém.”