Sábado, 25 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2018
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), convidou o empresário Wilson Poit, secretário de Desestatização da prefeitura de São Paulo, para comandar as privatizações no governo federal. Pessoas próximas ao secretário não confirmam o convite e dizem que ele foi apenas sondado pela equipe de Bolsonaro.
Poit, que deixa nesta semana a gestão Bruno Covas (PSDB), deve dar uma resposta a Bolsonaro nos próximos dias. O secretário ajudou a criar a pasta ainda no governo de João Doria (PSDB) na prefeitura paulistana.
A Secretaria de Privatizações do governo federal ficará subordinada ao Ministério da Economia de Paulo Guedes. A criação de uma Secretaria de Privatizações foi confirmada na terça-feira por Guedes. Ele e sua equipe trabalham agora na definição da estrutura do Ministério da Economia — que será uma fusão dos atuais ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior. A intenção é definir o organograma do superministério até sexta-feira (23).
Guedes trabalha com a possibilidade de criar de quatro a seis supersecretarias para tocar a agenda econômica. Haverá a fusão de estruturas consideradas duplicadas das atuais Fazenda e Planejamento, como a área de internacional.
O único nome confirmado no ministério até agora é do atual secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que permanecerá no cargo. Os demais postos ainda não foram definidos.
Poit também atuou na gestão de Fernando Haddad (PT), quando acumulou os cargos de presidente da SP Negócios, SP Turis e da secretaria de Turismo. À frente da SP Negócios, o empresário tinha como responsabilidade incentivar as concessões públicas e parcerias público-privadas da prefeitura.
Durante a campanha presidencial, o futuro ministro da Economia defendeu a necessidade de privatizar estatais e órgãos federais específicos. Foram citados os Correios e subsidiárias da Petrobras.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem afirmado que o processo de privatizações será sustentado em um plano específico e bem definido. Não citou a forma como ocorrerá. Já descartou, por exemplo, privatizar a Petrobras como um todo, informando que pensa apenas “em parte” da estatal.
Impostos
Guedes negou que são estudados reajustes de tributos e criação de novos impostos. Também afirmou que não há planos para a retomada da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o chamado imposto sobre o cheque. As declarações de Guedes foram dadas durante sua chegada ao Centro Cultural do Banco do Brasil, onde se concentra a equipe de transição.
Uma equipe de técnicos está debruçada sobre uma proposta para reformar a arrecadação de impostos. Ela deve ser divulgada nos próximos dias. Uma ampla reforma tributária para simplificar a cobrança de tributos, e a promessa é não elevar impostos. Um desafio para a equipe do futuro ministro da economia.