Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu nesta quarta-feira (19) em Guaratinguetá, em São Paulo, o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública). “Vão quebrar a cara. Pode procurar outro alvo, esse já era. Sérgio Moro é nosso patrimônio”, disse ele, após participar de uma formatura de militares.
Bolsonaro havia sido perguntado por jornalistas se demitiria Moro caso alguma denúncia de irregularidade grave surgisse. Era uma referência às mensagens divulgadas pelo site The Intercept nos últimos 10 dias. Os diálogos teriam ocorrido por meio do aplicativo de mensagens Telegram na época em que o ministro era o juiz responsável pelos processos da Lava-Jato na Justiça Federal do Paraná. O site tem divulgado mensagens que sugerem que Moro orientou a atuação de integrantes da força-tarefa da Lava-Jato.
“Não vi nada de grave ali [nas mensagens]”, disse o presidente. “Não posso me casar pensando em me separar um dia, né? Eu me caso pra ficar até que a morte nos separe. Não vi nada de anormal até agora.”
O presidente disse que o caso é “uma grande trama”. “Atacam quem está ao meu lado para tentar me atingir.” Moro foi ao Senado nesta quarta-feira e disse que não têm nada a esconder sobre as conversas atribuídas a ele e a procuradores da Lava-Jato e que não tem nenhum apego pelo cargo de ministro.
Decreto de armas
Sobre a derrota no Senado, que aprovou na terça-feira (18) o parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que pede a suspensão dos decretos do governo que facilitaram o porte de armas, Bolsonaro amenizou e disse ter “certeza” que “ganha” a votação do decreto das armas na Câmara.
“Eu tenho convicção que nós não podemos deixar o cidadão de bem desarmado e a bandidada muito bem armada. Eu não sei qual a decisão final do Supremo nesse sentido, eu tenho certeza que a Câmara, se for à votação na semana que vem e depois no Senado, a gente ganha na Câmara. Não é um compromisso de campanha minha, é o povo que quer isso”, afirmou o presidente.
Para ele é ‘legítimo o direito de ter uma arma dentro de casa’. “Eu quero armar o cidadão de bem, é um legítimo direito dele, tendo em vista o referendo de 2005 e o próprio estatuto do desarmamento. Eu tenho certeza que eu não extrapolei a lei. Eu lamento que ideologias façam parte de julgamentos pelo Brasil como um todo”, concluiu.