Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2018
Em entrevista coletiva nessa terça-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) informou que a Funai (Fundação Nacional do Índio) será incorporada ao futuro Ministério da Cidadania. Ao mencionar as questões ambientais, ele reclamou da demora na concessão de licenças para empreendimentos de infraestrutura e do agronegócio.
Bolsonaro ressaltou que a pasta da Cidadania agregará as áreas de desenvolvimento social, esporte e cultura, sob comando do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). “A Funai vai para algum lugar”, declarou aos repórteres. “Para o Ministério da Agricultura eu acho que não, mas pode ir lá para a Ação Social [em referência ao Ministério da Cidadania].”
De acordo com fontes ligadas ao governo de transição, na reunião da qual havia participado, mais cedo, com a bancada de deputados federais do MDB, Bolsonaro voltou a dizer que pretende rever a política de demarcação de terras indígenas e áreas quilombolas no País, um dos temas mais polêmicos de sua pauta.
Meio Ambiente
O presidente eleito defendeu, ainda, a necessidade de uma nova política ambiental e voltou a criticar a demora na concessão de licenças para empreendimentos de infraestrutura e do agronegócio: “O Ministério do Meio Ambiente tem a ver com tudo, não apenas com meio ambiente, obviamente. Mas tem a ver com a infraestrutura, as licenças, tem a ver com a questão do agronegócio”.
Em seguida, acrescentou: “Você quer fazer uma PCH [pequena central hidrelétrica], não pode levar 8 anos e quem sabe conseguir uma licença. Isso tem que ser de forma mais rápida. O Ministério do Meio Ambiente vai se enquadrar à realidade da necessidade do povo brasileiro e do meio ambiente”.
Porta-voz
Questionado sobre a possibilidade de ter um porta-voz a partir de janeiro, Jair Bolsonaro confirmou que sim, mas não entrou em detalhes. “Vai ter um porta-voz, que logicamente esteja inteirado dos assuntos e queria trabalhar com aquele salário do cargo em comissão”, ressalvou.
Na segunda-feira, o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado como futuro titular da Casa Civil, revelou que o presidente eleito terá uma assessoria especial específica para cuidar de sua comunicação pessoal. A estrutura será vinculada diretamente ao gabinete presidencial e deverá ser responsável pela assessoria de imprensa e pela gestão das redes sociais.
Ainda conforme Onyx, a comunicação institucional de governo, incluindo as verbas oficiais de publicidade, será mantida na Secretaria de Comunicação, que ficará sob responsabilidade da Secretaria-Geral da Presidência da República, comandada pelo advogado Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos braços-direitos de Bolsonaro durante a campanha presidencial.