Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2018
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira que espera ver a reforma da Previdência aprovada ainda este ano no Congresso Nacional, ainda que não seja exatamente a que ele gostaria. “Não é a proposta que eu quero, a que o Paulo Guedes quer, é aquela que pode ser aprovada pela Câmara dos Deputados”, afirmou.
Ele declarou que será possível aproveitar quadros do governo Michel Temer (MDB) na área econômica, sem citar nomes. A decisão, diz ele, será de seu futuro “superministro” da Economia, Paulo Guedes.
“Estamos no mesmo barco. Não quero fazer nada para mim. Se eu for mal, todos no Brasil vão pagar um preço muito alto. Ninguém quer fazer maldade com ninguém, mas algumas reformas temos que fazer. Não queremos nos transformar em uma Grécia”, declarou o ex-capitão, em alusão ao país europeu em forte crise econômica.
Ele também garantiu que em seu governo “as Forças Armadas não ficarão relegadas a segundo plano, como ficaram no governo Fernando Henrique Cardoso e do PT”. Afirmou, ainda, que os seus ministros terão de cumprir metas. Para a área da economia, enumerou: “Inflação, taxa de juros, valor do câmbio, buscar reduzir dívida interna sem aumentar carga tributária”. Ele evitou traçar meta para redução do desemprego.
Sobre encontro com representante da embaixada dos Estados Unidos, ele disse que vive com a diplomacia do país “uma fase de lua de mel.” Ao falar da possível mudança de cidade da embaixada brasileira em Israel (de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez o presidente norte-americano Donald Trump), afirmou que não há “clima pesado” para se fazer a transferência. “Não é uma questão de vida ou morte. Não teria que ter embaixada nenhuma naquela região. Nossa segurança em primeiro lugar.”
No que se refere às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado disse que é preciso ter “humildade” e ceder espaço para aliados, desde que haja garantia de liberação da pauta para os projetos do governo.
Bolsonaro comentou a proposta do governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), um aliado, de abater à distância criminosos armados de fuzil: “Temos que dar retaguarda jurídica ao policial. Se você faz isso, estimula a bandidagem a agir contra quem está do lado da lei. Não podemos deixar que o ativismo por parte de uns condene esses policiais”.
Repórteres barrados
Na próxima terça-feira de manhã, o presidente eleito viajará do Rio de Janeiro até Brasília, com retorno dois dias depois. Ele deu entrevista em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense. Repórteres de jornais como “O Estado de S. Paulo”, “Folha de S.Paulo”, “Valor Econômico” e “O Globo” foram barrados.
Os nomes de quem podia entrar estavam numa lista lida à entrada por uma policial federal de sua segurança. Perguntado por repórteres sobre isso, ele disse que não barrou ninguém. “Eu tenho consideração por vocês. Não mandei restringir ninguém.”