Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro orientou nesta terça-feira (08) um apoiador que se apresentou como pré-candidato pelo PSL em Recife (PE) a esquecer o partido. Bolsonaro e dois dos seus três filhos políticos – o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) e o senador Flávio Bolsonaro (RJ) – são filiados ao PSL.
O diálogo ocorreu enquanto o presidente cumprimentava simpatizantes na saída do Palácio da Alvorada. O canal no YouTube “Cafezinho com Pimenta”, que apoia o presidente, transmitiu a conversa pela rede social. Outros apoiadores também sugeriram ao rapaz que apagasse o vídeo. O homem disse “vou esquecer, vou esquecer” e refez o vídeo com os dizeres “Recife, eu e Bolsonaro!”. Bivar mencionado no diálogo é o presidente do PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
Bivar é um dos nomes do PSL citados em investigações sobre supostas irregularidades na campanha eleitoral de 2018. Em Pernambuco, a Justiça Eleitoral apura se o parlamentar usou uma candidata laranja para desviar de dinheiro do fundo especial de campanha. Ele nega irregularidades.
As suspeitas de candidaturas-laranjas também surgiram em Minas Gerais, onde o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que é deputado eleito pelo PSL, foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral pelos crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita eleitoral e associação criminosa. O ministro nega irregularidades na campanha.
Na segunda-feira (07), Bivar defendeu Álvaro Antônio. Bivar disse que há uma “seletividade” do delegado da PF (Polícia Federal) por ter indiciado o colega de partido, sem “intimar” nenhum outro partido. “Não há fato concreto contra o Marcelo. O delegado precisa ter bom senso. Se não, é atropelado pela força da paixão”, afirmou o presidente do PSL.
Bolsonaro e o PSL
Deputado federal por 28 anos, Bolsonaro migrou para o PSL em 2018 a fim de disputar a eleição presidencial. O partido, que era nanico, se beneficiou com a onda em favor de Bolsonaro, vitorioso no pleito, e elegeu a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados.
De acordo com projeto de lei aprovado pelo Câmara em setembro, com a representatividade atual, o PSL seria mais beneficiado pelo aumento do valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, conhecido como fundo eleitoral. O dinheiro é distribuído para as legendas conforme o número de parlamentares das siglas no Legislativo.
O PSL tem um histórico de brigas internas e uma possível saída de Bolsonaro da legenda é discutida nos bastidores há meses, contudo, na segunda-feira, o porta-voz do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, negou a possibilidade no momento. “Não há da parte do presidente agora qualquer formulação sobre uma suposta transição de partido”, disse o porta-voz.