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Por Redação O Sul | 16 de junho de 2020
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à Band News, que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, “não foi muito prudente” ao comparecer, no último domingo (14), a um ato de apoio ao governo na Esplanada dos Ministérios em Brasília. Segundo Bolsonaro, o ministro estava representando a si próprio e não ao governo.
Weintraub participou do ato depois que, na noite anterior, um grupo de apoiadores do governo lançou fogos de artifício contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). Políticos e autoridades reagiram. A Procuradoria-Geral da República instaurou procedimento para apurar o ataque.
“Quanto à participação do ministro no dia seguinte num grupamento de pessoas, que não foram as pessoas que soltaram fogos para cima do Supremo Tribunal Federal, eu acho que ele não foi muito prudente ao participar dessa manifestação, apesar de nada de grave ele ter falado ali. Mas não foi um bom recado. Por quê? Ele não estava representando o governo, estava representando a si próprio”, afirmou Bolsonaro.
Na segunda, o presidente recebeu Weintraub em audiência no fim da tarde no Palácio do Planalto.
De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, a ala política do governo defende a demissão do ministro, que compartilha as críticas de militantes bolsonaristas ao Supremo Tribunal Federal.
Na reunião ministerial de 22 de abril, tornada pública por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo, Weintraub atacou o tribunal. Na ocasião, disse que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”. Segundo o blog do jornalista Gerson Camarotti, auxiliares do presidente consideram “insustentável” a permanência do ministro no cargo.
Bolsonaro afirmou na entrevista que estava “tentando solucionar” a situação de Weintraub.
“Como tudo o que acontece cai no meu colo, mais um problema. Estamos tentando solucionar com o senhor Abraham Weintraub”, declarou.
Empresário
Figura de destaque no ambiente bolsonarista, o empresário Otavio Fakhoury afirma que irá reavaliar o seu apoio ao governo caso o ministro da Educação, Abraham Weintraub, seja demitido em razão de suas manifestações recentes sobre o STF. Fakhoury fez coro nas redes sociais ao movimento de pressão para que o presidente Jair Bolsonaro não mexa com Weintraub.
“Já está claro que o establishment quer a saída de Abraham Weintraub . Pergunta: Jair Bolsonaro se entregou ao sistema?”, escreveu Fakhoury, no Twitter.
Perguntado pelo nesta terça-feira (16) se romperia com Bolsonaro caso ele demita o ministro da Educação, o empresário respondeu:
“Terei que repensar… Não posso dizer que sim nem que não. Mas irei repensar o apoio”, disse ele, horas antes de uma operação da Polícia Federal (PF) que também tinha Fakhouri como um dos alvos.
O empresário ajudou a pagar o aluguel de carros de som para manifestações a favor do presidente Bolsonaro. Por causa deste episódio, foi alvo pela manhã de uma operação da PF, a segunda em menos de um mês. Agentes já haviam ido aos seus endereços no final de maio para colher provas para o inquérito que corre no Supremo sobre a existência de uma rede de fake news.