Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2019
O presidente da República, Jair Bolsonaro, que declarou a intenção de indicar o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, brincou com uma fala do deputado federal, que na semana passada listou, entre suas qualificações, o fato de já ter fritado hambúrguer nos Estados Unidos.
Ao conversar com jornalistas no Palácio do Alvorada nesta terça-feira (16) após sair de uma reunião ministerial, Bolsonaro disse que “frita hambúrguer melhor” do que o filho Eduardo e que “talvez por isso seja presidente”.
“Agora, tentar desqualificá-lo por fritar hambúrguer… Eu acho que frito hambúrguer melhor do que ele. Talvez por isso eu seja presidente”, declarou sorrindo. Bolsonaro ainda disse que, com o salário de deputado, não poderia bancar os seis meses de intercâmbio de Eduardo nos Estados Unidos e que por isso o filho teve que trabalhar.
“Sabe por que ele foi fritar hambúrguer lá? Porque eu, como deputado, não tinha como bancá-lo seis meses sem ele trabalhar. Foi aprender o inglês”, disse Bolsonaro, sem especificar o salário que recebia e a época do intercâmbio. “Eduardo agora está tendo uma chance de voltar aos Estados Unidos, não por ele, mas dado ao relacionamento que temos com o presidente norte-americano Donald Trump e a sua bagagem cultural lá de trás. É um país maravilhoso, que é nosso segundo parceiro comercial, e devemos aprofundar esse relacionamento para o bem de todos nós”, afirmou o presidente.
Bolsonaro reconheceu que a indicação de Eduardo para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos corre o risco de não ser chancelada pelo Poder Legislativo. Ele ressaltou, no entanto, que a formalização da indicação já está definida e que, agora, depende apenas de trâmites diplomáticos e tratativas com o Poder Legislativo.
“É logico que corre o risco. Tudo que você faz corre o risco de dar certo ou dar errado. Nós estamos tentando acertar”, disse. “Se a decisão for essa, o Senado vai sabatiná-lo e vai decidir. E ponto final. Se não for aprovado, ele fica na Câmara.”
Bolsonaro disse que falou rapidamente sobre o assunto, na segunda-feira (15), com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a quem chamou de “amigo” e “colega de pelada”. Segundo ele, ainda não é possível dizer se a aceitação a Eduardo foi positiva ou negativa na Casa, uma vez que Davi não tratou do assunto com os demais senadores.
A presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), disse que a indicação foi o “maior erro” do presidente.