Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2018
Às vésperas da sua primeira viagem a Brasília, depois do segundo turno das eleições, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) avisou neste domingo (4), nas redes sociais, que a partir da sua gestão surgirá “um novo momento para o Brasil”. Segundo ele, o “Estado servirá à população” e não o contrário.
“Surge um novo momento, onde o Estado servirá à população e não o historicamente destrutivo oposto”, afirmou o presidente eleito na sua conta no Twitter.
Sem mencionar o nome do adversário Fernando Haddad (PT), Bolsonaro comparou de forma crítica sua campanha com a do petista. “Gastamos cerca de 20 vezes menos que o segundo colocado, sem prefeitos, governadores ou máquinas. Todo o possível quadro foi mudado graças a conexão com o que almeja a população.”
Viagem
Bolsonaro deve desembarcar com parte de sua equipe na terça-feira (6), em Brasília, para uma série de reuniões. Ele pretende ficar na capital até o dia 8.
Segundo o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), confirmado para assumir como ministro-chefe da Casa Civil, o presidente eleito terá reuniões com representantes dos três Poderes – Judiciário, Legislativo e Executivo.
A expectativa é que as reuniões de Bolsonaro ocorram, separadamente, com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli; da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Na quarta-feira (7), Bolsonaro se reúne com o presidente Michel Temer com quem já conversou algumas vezes por telefone e disse estar grato por se colocar à disposição para colaborar na transição.
Transição
O governo de transição começa a trabalhar ativamente esta semana em Brasília, no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), que fica próximo ao Palácio do Planalto e à Esplanada dos Ministérios.
Para o futuro governo, Bolsonaro confirmou cinco nomes: o general da reserva Augusto Heleno para a Defesa; Paulo Guedes, para o superministério da Economia; o juiz Sérgio Moro, para a Justiça; Onyx Lorenzoni, para a Casa Civil, e Marcos Pontes, para Ciência e Tecnologia.
O presidente eleito confirmou que pretende reduzir o número de ministérios de 29 para 15 ou 17. O número exato ainda não foi definido.
Ilan Goldfajn defende reformas e ajustes fiscais
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, defendeu neste domingo (4), em Jerusalém, Israel, durante painel com economistas, a necessidade de dar continuidade às reformas, iniciadas pelo governo Michel Temer, e os ajustes fiscais. Segundo ele, a reação dos países em desenvolvimento a eventuais choques externos depende de uma “frente doméstica”.
Ilan Goldfajn foi convidado a participar de um painel em que a discussão central foi o papel do Banco Central na economia.
Para Goldfajn, os países em desenvolvimento sofrem com o que chama de “choques”: a normalização da política monetária em economias avançadas e os conflitos comerciais.
O presidente do Banco Central disse que as reações aos eventuais impactos causados pelos conflitos internacionais dependem dos fundamentos e medidas para atenuar, denominados buffers, em inglês.
O mundo assiste aos conflitos comerciais que envolvem Estados Unidos e China com a imposição de taxas de ambos os lados. Em declarações recentes, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que uma solução será negociada provavelmente na Cúpula do G20 (as 20 maiores economias do mundo), na Argentina, em dezembro.
Na apresentação em Israel, Goldfajn fez uma análise histórica do regime de meta de inflação em vigor no Brasil desde 1999 , observando a tendência e expectativa de queda também.
Em um dos gráficos, Goldfajn mostrou que a tendência de queda na taxa de juros no País. Ao final, ele afirmou que “a economia global continua a crescer, mas as perspectivas se tornaram mais desafiadoras”.