Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de julho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de mandados de busca e apreensão nessa sexta-feira (18) em sua residência e na sede do PL em Brasília. Os mandados foram emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou também a imposição de medidas cautelares.
A operação contra Bolsonaro foi motivada, segundo Moraes, por conta da atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos para articular sanções contra autoridades brasileiras. A decisão que autorizou a ação foi colocada para votação dos demais ministros da Primeira Turma do STF.
Entre as medidas cautelares impostas por Moraes estão o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno das 19h às 7h e proibição do uso de redes sociais, de contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros, aliados investigados e de se aproximar de embaixadas.
A Polícia Federal citou, ainda, que os mandados fazem parte de uma ação aberta no STF no dia 11 de julho. O processo corre em sigilo, mas Moraes tornou pública, no meio da manhã, a decisão que autorizou a operação.
Em uma nota à imprensa, o advogado Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, diz que recebeu a imposição de medidas cautelares “com surpresa e indignação”.
“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”, afirmou.
A operação realizada nessa sexta, apontou Moraes, foi a suposta articulação de Eduardo Bolsonaro com autoridades dos Estados Unidos para aplicar sanções ao Brasil. Entre elas, as que levaram à decisão de Donald Trump de impor um tarifaço de 50% aos produtos brasileiros exportados para lá. A determinação foi dada dois dias antes de Moraes atender a PGR e abrir o processo na Corte.
Bolsonaro chegou a afirmar, na última quinta (17), que estaria disposto a negociar com Trump se o governo lhe conceder um passaporte para discutir a taxação dos produtos brasileiros. Ele está com o documento retido pela Polícia Federal desde fevereiro de 2024.
Bolsonaro se defendeu das acusações atribuídas a ele pela suposta tentativa de golpe de Estado. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao STF a condenação do ex-presidente a mais de 40 anos de prisão.
“Eu não tenho que provar que sou inocente. Eles é que têm que provar que sou culpado. Tudo são suposições”, disse em uma entrevista coletiva no Senado na véspera.
O ex-presidente ainda afirmou que a ação penal em curso representa uma injustiça, tanto contra ele quanto contra os demais envolvidos. “É uma injustiça que estão fazendo comigo e com as pessoas que estão presas. Ninguém tentou dar um golpe”, disse o ex-presidente. E disse também: “Eu estava nos Estados Unidos, não estava aqui. Não tem nenhum ‘zap’ meu, uma mensagem para ninguém sobre o 8 de janeiro”, reforçou.” (Com informações do portal Gazeta do Povo)