Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2018
O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, partiu para cima de Jair Bolsonaro (PSL) nesta quarta-feira (6). Em sabatina do jornal Correio Braziliense, Ciro chamou Bolsonaro de “maluco”, “boçal”, “despreparado” e “um câncer a ser extirpado”.
Quando falava sobre tributação, Ciro criticou a resposta dada por Bolsonaro sobre o assunto, em entrevista dada no mesmo dia. De acordo com o Ciro, o Brasil precisa ter uma tributação mais progressiva sobre herança e renda e é preciso “diminuir a incidência de impostos sobre a classe média, principalmente sobre o imposto de renda”.
“O líder nas pesquisas disse que não vai tributar herança, nada. Então, de onde virá o dinheiro? Vão entregar o cargo a um boçal, a um despreparado? Os democratas têm obrigação de chamá-lo de boçal e despreparado. E os democratas tem obrigação de extirpar esse câncer enquanto ainda pode ser extirpado”, atacou Ciro.
O pedetista também criticou o presidente da República, Michel Temer, por fazer parte de um “grupo criminoso”. E disse que o senador Romero Jucá (MDB-RR) não fará parte de um governo seu, pois não irá negociar com “ladrão”.
“Quando fui deputado, entrei na Câmara e tive uma desilusão muito grande. Quem mandava era Michel Temer e Eduardo Cunha. Um já está cadeia, e o outro ainda vai.”
Durante a sabatina, também sobrou para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no momento em que Ciro explicava sua proposta para a aposentadoria.
O pré-candidato propõe retirar do custo do regime da Previdência as aposentadorias rurais, que passariam a ser incluídas na conta do Tesouro. Seria criado um sistema de capitalização de aposentadoria, de caráter público. E propõe que todos tenham direito a um salário mínimo, tendo ou não contribuído. Ele disse que a transição será difícil e que ainda está calculando os impactos.
“É difícil, fácil é dar aula de sociologia, como o Fernando Henrique faz”, disse Ciro.
Economia
Ex-governador do Ceará, Ciro reiterou que é contra a atual política econômica e que sua postura não tem poder de mexer com o mercado financeiro. “A primeira pergunta que se faz é se está tudo bem para conservarmos as coisas como estão? O Brasil está muito mal. A situação é terrível. A outra pergunta é o que fazer para mudar isso? O dólar está se apreciando no mundo inteiro. Ontem, foi na proporção de 1,5% no mundo inteiro. Não há candidato nenhum capaz de fazer isso”, comentou.
Sobre a Emenda à Constituição 95, que estipula um teto para os gastos conforme a inflação do ano anterior, Ciro afirmou que revogar o dispositivo é imperativo. “Não há precedente no mundo em se exigir um tabelamento de gastos de 20 anos. Nascem 2,5 milhões de bebês por ano no Brasil. Eu preciso ter maternidades e matrículas progressivas para atender este crescimento”, afirmou. “O País tem 62,5 mil homicídios em 12 meses e capacidade de investigar apenas oito em cada 100. Não vamos repor os cargos da polícia? Supondo que vamos só anualizar a inflação, não temos como expandir os serviços. Não estou nem falando de portos e aeroportos. Portanto, o congelamento é de uma estupidez impraticável”, criticou.
Ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, Ciro afirmou que pretende colocar a “sua prática a serviço da nação brasileira”. “Não tive um dia de déficit na minha mão e fui ministro da Fazenda e governador. Por que o mercado vai suspeitar que não sou austero?”, indagou. O pedetista também defendeu a manutenção das grandes empresas estatais. “Tenho segurança que o setor público pode ser administrado com celeridade. Nós não tivemos um escândalo sequer no governo Itamar Franco. No Ceará, a companhia de água e esgoto é estatal e dá lucro”, ressaltou.