Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2019
Ao retuitar uma postagem do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) sobre gastos do Ibama, o presidente Jair Bolsonaro escreveu, na tarde deste domingo, que o governo está “desmontando rapidamente montanhas de irregularidades e situações anormais que estão sendo e serão comprovadas e expostas”. Depois de o ministro dizer que ainda está verificando a regularidade do contrato, Bolsonaro apagou sua postagem e fez outra apenas retuitando a foto do contrato, mas sem comentários.
O ministro publicou a foto de um contrato feito pelo Ibama para locação de veículos, no valor de R$ 28,7 milhões. Junto à imagem, na manhã de hoje, postou um comentário que insinua anormalidade no contrato. “Quase 30 milhões de reais em aluguel de carros, só para o IBAMA….”, escreveu.
Os seguidores do ministro o questionaram. “Os veículos são necessários a fiscalização. Resta verificar se há superfaturamento e se o número de veículos bate com os disponibilizados. O pior é que há contrato para helicópteros, absurdo!”, escreveu um deles.
Salles respondeu, então, que estava “apenas chamando atenção para o valor, sem adentrar no mérito e necessidade, que veremos em breve”. “Quem afirmou que está mal elaborado? Apenas chamei atenção para as cifras, que são impressionantes… O resto veremos depois”, escreveu o ministro.
O presidente retuitou a postagem do ministro, acrescentando um comentário: “Estamos em ritmo acelerado, desmontando rapidamente montanhas de irregularidades e situações anormais que estão sendo e serão comprovadas e expostas. A certeza é; havia todo um sistema formado para principalmente violentar financeiramente o brasileiro sem a menor preocupação”.
Minutos depois, porém, apagou o comentário e retuitou apenas a foto publicada pelo subordinado.
Resposta
O Ibama considerou que a crítica do presidente demonstra “completo desconhecimento” do tamanho e das funções da autarquia. O contrato em questão, segundo o órgão, diz respeito a veículos que foram adaptados especialmente para atividades de fiscalização, combate a incêndios florestais e ações de inteligência do órgão, entre outras. Com abrangência para todos os Estados e o Distrito Federal, o valor inclui combustível, manutenção e seguro dos veículos, com substituição a cada dois anos.
No caso do patrulhamento da região amazônica, ainda segundo o Ibama, os valores não sairiam do orçamento do Ministério do Meio Ambiente, mas sim do Fundo Amazônia com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“A presidência do Ibama refuta com veemência qualquer insinuação de irregularidade na contratação”, disse, em nota.
Já a Companhia de Locação das Americas – ou Locamerica, do grupo Unidas, como é conhecida –, questionada pelo Estado, disse que cumpriu todas as exigências estabelecidas pelo edital da licitação. “Cabe ressaltar que são viaturas operacionais para atendimento nacional ao serviço de fiscalização e proteção do desmatamento de todo o território nacional”, disse, em nota.