Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de novembro de 2025
A tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou ser trocada na madrugada desse sábado (22), em razão de uma violação grave do dispositivo. As informações são do blog da jornalista Andréia Sadi. Criada para monitorar presos fora do sistema prisional, a tornozeleira é hoje uma das principais alternativas à prisão em regime fechado. Ela foi utilizada por condenados da Lava Jato, agressores impedidos de se aproximar das vítimas e investigados com medidas cautelares.
Com cerca de 128 gramas, a tornozeleira é um pouco mais grossa que um celular e discreta quando coberta pela calça.
Apesar do tamanho, ela é equipada com GPS e modem para transmissão de dados via sinal de celular.
As informações são enviadas em tempo real para uma central de monitoramento, que pode operar de qualquer lugar do país.
As centrais que monitoram presos funcionam em São Paulo e outros cinco estados: Paraná, Minas Gerias, Mato Grosso do Sul, e Rio Grande do Sul.
O sistema possui mecanismos contra tentativas de burlar o monitoramento. A cinta da tornozeleira é resistente e abriga uma fibra ótica que emite sinal contínuo. Se for cortada, um alarme é disparado.
Além disso, os sensores seguem funcionando mesmo em áreas sem sinal.
Quem pode usar tornozeleira eletrônica? A tornozeleira eletrônica pode ser usada tanto por criminosos que estão em prisão domiciliar e não podem sair de casa, como por aqueles que trabalham durante o dia, mas precisam cumprir horários rígidos para retorno à residência.
Agressores que são proibidos de se aproximar das vítimas também podem usar o aparelho. Em qualquer uma dessas situações, qualquer violação das regras gera um alerta automático ao centro de monitoramento e a polícia é acionada.
Como foi a violação da tornozeleira de Bolsonaro? O alarme da tornozeleira de Bolsonaro disparou à 0h07 desse sábado (22). A equipe que faz a segurança de Bolsonaro foi imediatamente acionada pela Secretaria de Administração Penitenciária do governo federal, responsável pelo aparelho. A escolta, então, confirmou a violação e fez a troca à 1h09.
Um relatório da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal aponta que a tornozeleira de Jair Bolsonaro “possuía sinais claros e importantes de avaria”.
“Haviam marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local do encaixe/fechamento do case”, indica o documento.
Ainda conforme o relatório, ao ser questionado sobre qual instrumento havia utilizado, Bolsonaro afirmou que tinha utilizado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento.
“Eu meti ferro quente aí. Curiosidade”, disse o ex-presidente.
A violação foi uma das justificativas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para determinar a prisão do ex-presidente.