Quinta-feira, 06 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2018
O presidente eleito Jair Bolsonaro telefonou nesta terça-feira (13) pela manhã ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, para perguntar sobre o convite ao general Fernando Azevedo e Silva para o cargo de ministro da Defesa. Silva é assessor de Toffoli na presidência do Supremo, desde que ele assumiu em setembro.
Bolsonaro já havia sondado Toffoli sobre o convite a Silva durante a visita oficial ao STF na semana passada, mas não havia especificado para qual cargo seria. Hoje, durante o telefonema, disse que era para o Ministério da Defesa. O presidente do Supremo, Dias Toffoli, “liberou” o assessor para o presidente eleito, com quem busca construir boas pontes.
Silva foi indicado a Toffoli para o cargo pelo comandante do Exército, Eduardo Villas-Boas, e é próximo também do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. Ele já atuou no Executivo, na época do governo Collor, e foi presidente da Autoridade Pública Olímpica durante a gestão de Dilma Rousseff. Até recentemente era chefe do Estado-Maior do Exército.
Augusto Heleno
Inicialmente, Bolsonaro anunciou que a pasta seria comandada pelo general da reserva Augusto Heleno, mas mudou de ideia e decidiu nomear Heleno para o GSI (Gabinete de Segurança Institucional). A mudança se deu por uma disputa interna por espaço e por um temor da ala militar do futuro governo que civis ocupassem o GSI.
Nos bastidores da transição, aliados começaram a estudar a possibilidade de que o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno assumisse o gabinete, tradicionalmente comandado por integrantes das Forças Armadas. Com a alteração, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, disse que Bolsonaro deveria indicar alguém da Marinha para a Defesa. O próprio Heleno afirmou que escolher alguém da Aeronáutica ou Marinha traria mais equilíbrio ao futuro governo.
O desejo, contudo, não se concretizou. Segundo aliados do presidente eleito, a escolha de Azevedo e Silva faz parte também de uma tentativa de aproximação de Bolsonaro com Toffoli, após o filho do militar ter afirmado que bastava um cabo e um soldado para fechar o STF.
Azevedo e Silva já é o terceiro militar anunciado pelo presidente eleito para compor seus ministérios. Além de Heleno, ele indicou o tenente-coronel Marcos Pontes, astronauta brasileiro, para comandar Ciência e Tecnologia.
Azevedo e Silva é da turma anterior à de Bolsonaro na academia de formação de oficiais. Eles serviram juntos na Brigada Paraquedista. O general também foi comandante militar do Leste, no Rio de Janeiro, e um dos idealizadores do programa de alto rendimento esportivo que atraiu atletas civis para para reforçar o quadro das Forças Armadas para os Jogos Militares de 2011.

General Fernando Azevedo e Silva. (Foto: José Cruz/Arquivo Agência Brasil)