Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2025
O Brasil caiu da primeira para a quarta posição no ranking mundial de juros reais, abaixo de Turquia, Argentina e Rússia. Houve aumento das taxas nos dois primeiros países e manutenção do percentual do terceiro.
A taxa brasileira caiu de 9,18% ao ano para 8,79% ao ano. O número é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses — de 5,49% considerando dados do relatório Focus do Banco Central (BC), no caso do Brasil — e dos juros de mercado de 12 meses à frente — utilizando o contrato de Depósito Interbancário.
No Brasil, a mudança é explicada principalmente pela queda dos juros futuros.
O ranking foi elaborado pelo Portal MoneYou e pela Lev Intelligence.
O MoneYou informou que a diminuição da taxa real de juros é resultado da sinalização de alta da Selic pelo BC (chamado “forward guidance”) e dos dados de uma inflação persistente no país, apesar do alívio no câmbio das últimas semanas. O cenário econômico dos EUA, com possível recessão à vista, também influenciou.
Nas edições mais recentes do ranking, destaque para a Argentina, que saltou das últimas para as primeiras colocações. O movimento é resultado das quedas na taxa de juros e na inflação do país. Agora, a lanterna ficou com a Holanda.
Em termos nominais, o Brasil se manteve também na quarta colocação, atrás dos mesmos países. A Turquia cortou os juros de 45% para 42,5% ao ano, a Argentina a manteve em 29%, e a Rússia também não alterou a taxa de 21% ao ano. A média geral é de 6,13% ao ano.
Os quatro países líderes do ranking seguem distantes da taxa média entre as economias selecionadas, que é de 1,7% ao ano.
O levantamento mostra que a maioria dos países cortou ou manteve os juros recentemente. O BC brasileiro está entre as exceções.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou na última quarta-feira (19) a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na época, também para combater uma inflação resistente, a taxa básica ficou estacionada em 14,25% durante um ano e três meses, a partir do fim de julho de 2015, atravessando o impeachment da petista. (As informações são do Portal G1)