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Economia Brasil largou atrás, mas tem potencial para ser líder em hidrogênio verde

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Cadeia do combustível poderá movimentar US$ 200 bilhões no Brasil até 2040. (Foto: Reprodução)

O hidrogênio verde é a grande aposta do mundo para substituir os combustíveis fósseis e reduzir as emissões de carbono do planeta. O mercado é promissor para o Brasil, que pode oferecer um dos hidrogênios mais competitivos do mundo. O potencial é alto, com promessa de empregos e investimentos, interesse estrangeiro, e os projetos ligados ao hidrogênio verde têm tudo para sair do papel. Mas ainda não saíram.

No mundo inteiro, países correm para fazer a produção de hidrogênio verde deslanchar. Na semana passada, a Enap, estatal chilena de óleo e gás, anunciou que a empresa Neuman & Esser será responsável por construir uma planta de hidrogênio verde que deve começar a operar em 2025.

“Se o Brasil está preparado para aproveitar essa oportunidade? Ele está se preparando. Outros países estão numa velocidade muito maior. Só que outros países não têm as características favoráveis que o Brasil tem”, afirma o pesquisador e professor da Universidade Federal de Santa Catarina Ricardo Rüther.

Produção

O hidrogênio precisa usar fontes de energia renováveis para ser considerado “verde”. É como o Brasil sai na frente. No mundo, fontes renováveis como solar e eólica correspondem a 2,7% da matriz energética. Quando são somadas a fonte hidráulica e a biomassa, essa fatia chega a 15%. No Brasil, com a diversidade de fontes renováveis, opção pelas hidrelétricas e uso de biomassa de cana-de-açúcar, a energia de fontes renováveis já corresponde a 47,4% da matriz.

Enquanto o restante do mundo se baseia em combustíveis fósseis para gerar energia, o Brasil faz uso dos recursos renováveis, e se beneficia, por exemplo, da abundância de rios, variação de altitude e precipitação, para a geração da energia hidráulica. Também conta com condições favoráveis de vento e de incidência solar para explorar o mercado de renováveis.

“O Brasil tem um potencial enorme por já ter uma parcela bastante alta de energia renovável. O País tem condições bastante competitivas para gerar energia limpa”, diz Peter Terwiesch, executivo da ABB, multinacional suíça que fornece tecnologia de eletrificação que pode ser usada na produção de hidrogênio verde.

A McKinsey estima que toda a cadeia de valor do hidrogênio verde, da geração à exportação, pode movimentar US$ 200 bilhões (por volta de R$ 1 trilhão) no Brasil até 2040.

Região Nordeste

O Nordeste se destaca ainda mais pela localização, que facilita a exportação do produto para a Europa e por ter uma matriz energética mais limpa do que a média brasileira. Até agora, Estados da região têm concentrado os anúncios de projetos de usinas de hidrogênio, com o Ceará em primeiro lugar. O porto de Pecém se prepara para ser o principal polo do combustível no Brasil. Há cinco pré-contratos para construção de usinas de hidrogênio verde anunciados, que somam US$ 8 bilhões (R$ 40 bilhões) de investimento.

As empresas que já assinaram esses acordos são: AES, Casa dos Ventos, Fortescue, Cactus Energia e uma quinta, cujo nome é mantido em sigilo. No pré-contrato, o investidor já reserva a área desejada dentro da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) do Complexo de Pecém, e começa a pagar pelo aluguel da área.

Há ainda 36 memorandos de entendimento firmados em Pecém. Nesse caso, a empresa firma um acordo com o Complexo do Pecém para a realização dos estudos preliminares de viabilidade do projeto.

A oportunidade atraiu interesse estrangeiro. De olho no potencial do hidrogênio verde, o Porto de Roterdã, o maior da Europa, fez uma parceria com o de Pecém e investiu 75 milhões de euros (R$ 407 milhões) no complexo industrial.

Suape, em Pernambuco, e Açu, no Rio, também trabalham para atrair recursos aos seus “hubs” de hidrogênio verde.

Nos três portos, porém, não há nem sequer uma obra para instalação das usinas em andamento.

Potencial

Apesar de a tecnologia para obter o hidrogênio verde, a eletrólise, ter 200 anos, ela vem ganhando a atenção de empresas e investidores recentemente devido ao potencial de gerar energia sem emissões. O contexto geopolítico mundial, com a guerra entre Rússia e Ucrânia, também fez o mundo prestar mais atenção à fonte alternativa de energia.

Atualmente, a demanda anual por hidrogênio cinza (produzido a partir de combustíveis fósseis, como o gás natural) é de 96 milhões de toneladas por ano. Esse produto é usado, principalmente, em fertilizantes e na indústria de aço, e poderá ser substituído pelo verde.

A maior demanda no futuro, entretanto, deve vir de setores em que hoje o hidrogênio não é explorado, como no transporte e em outros processos industriais. Há, por exemplo, estudos para utilizá-lo como combustível de avião, navio e caminhões.

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https://www.osul.com.br/brasil-largou-atras-mas-tem-potencial-para-ser-lider-em-hidrogenio-verde/ Brasil largou atrás, mas tem potencial para ser líder em hidrogênio verde 2024-04-11
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