Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2016
Em um discurso de pacificação, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), defendeu neste domingo (6) a “harmonia entre os Poderes da República” e a “conexão do capital com o trabalho” como fundamentais para tirar o Brasil da atual crise política e econômica.
Temer esteve de manhã em Tietê, cidade em que nasceu, no interior de São Paulo, para as comemorações do aniversário do município, que faz 174 anos.
O vice-presidente Michel Temer discursa no aniversário da sua cidade natal, Tietê, no interior de SP. (Foto: Reprodução)
Após o discurso proferido na solenidade, na escola em que estudou, no centro de Tietê, Temer saiu sem falar com a imprensa e evitou comentar sobre a mais recente fase da Operação Lava Jato, que obrigou o ex-presidente Lula a depor.
No evento, o peemedebista falou da Caravana da Unidade, uma iniciativa de seu partido que já passou por 19 Estados, e de como ela se transformou, segundo ele, em uma “caravana da unidade do país”. A presidenta Dilma Rousseff não foi citada em nenhum momento.
“Hoje, o que o país mais precisa é de unidade, de reunificação, um instante em que todos têm que dar as mãos para tirar o país da crise”, disse.
“Vamos unir esforços, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário, os setores produtivos, porque é inadmissível que um país como o Brasil hoje tenha milhões e milhões de desempregados. É a iniciativa privada, prestigiada pelo poder público, que pode gerar empregos”, disse, para uma plateia de empresários locais.
“Essa conexão do trabalhador com o empresário, ou do capital com o trabalho, é fundamental. Em vez de separações, divisões entre a sociedade brasileira, nós precisamos de um somatório da sociedade brasileira.”
Para Temer, o governo precisa recuperar a confiança dos brasileiros, pois é preciso que a sociedade esteja “pacificada” para o governo conseguir trabalhar.
“A harmonia entre os Poderes da República é uma coisa fundamental. Não somos donos do poder, somos meros exercentes do poder. Hoje eu vejo muita desarmonia entre o Legislativo e o Executivo, e, às vezes, o Judiciário […] Toda vez que há uma desarmonia, está havendo uma inconstitucionalidade”, concluiu, referindo-se à determinação expressa na Constituição de que os Poderes devem ser harmônicos entre si.
Temer não fez menção direta ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff aberto na Câmara por seu correligionário, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Durante a solenidade, o prefeito de Tietê, Manoel David (PSD), inaugurou uma galeria com fotos e o histórico escolar do vice-presidente, que viveu na cidade até o segundo ano do colegial (hoje, ensino médio). (Reynaldo Turollo Jr./Folhapress)