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“Brasil precisa produzir inteligência artificial, senão estará condenado a usar tecnologia de fora”, diz o presidente do Google no Brasil

O presidente do Google Brasil observou que o Brasil é o segundo país do mundo que mais adota ferramentas de IA, depois da Indonésia. (Foto: Reprodução)

O Brasil precisa deixar de ser apenas consumidor de tecnologia para se tornar um “produtor de IA (inteligência artificial)” defendeu o presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, na manhã da última terça-feira (3). “Senão o país vai ser condenado a ter que usar tecnologia de fora”, completou.

Coelho, que participou de evento da empresa de tecnologia Vtex, destacou a contratação de 400 engenheiros pelo Google para o campus de engenharia criado pela empresa dentro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), na Universidade de São Paulo (USP). Entre as atividades do campus estão desenvolvimentos de cibersegurança, privacidade e também IA. “Nosso compromisso com o Brasil passa por a gente poder lutar bravamente para que a inteligência artificial funcione”, disse.

Coelho, que está à frente da subsidiária brasileira do Google há 14 dos 20 anos em que a empresa atua no país, disse que vem trabalhando “muito de perto em Brasília” para que o projeto de lei de regulação da IA “possa ser algo que permita que o Brasil participe desse jogo”. “Senão o país vai ser condenado a usar tecnologias de fora.”

O PL 2338/2023 está em tramitação na Câmara dos Deputados após ter sido aprovado pelo Senado no fim do ano passado. Uma das preocupações de gigantes de tecnologia como o Google em torno do PL de IA é a remuneração de direitos autorais, apurou o jornal Valor Econômico com advogados especialistas em direito autoral e digital.

Na semana retrasada o Google anunciou um novo modelo de IA, o Veo 3, capaz de gerar vídeos bastante realistas. O modelo faz parte do novo “Modo IA” anunciado pela empresa durante o evento Google I/O, na Califórnia (EUA).

“Pensamos em como vão se adaptar as agências de propaganda e as empresas que precisam disso”, comentou o executivo, que participou do lançamento, nos EUA.

O presidente do Google Brasil observou que o Brasil é o segundo país do mundo que mais adota ferramentas de IA, depois da Indonésia. O ranking segue com a Nigéria, África do Sul, Quênia, Alemanha, Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália.

Entre as empresas brasileiras, Coelho informa que as pequenas e médias saíram na frente das grandes em adoção de IA. “As grandes estão tentando digerir como vai funcionar”. Ele citou que 91% dos brasileiros conectados conhecem uma ferramenta de IA, 68% já usaram IA generativa e que 74% das pequenas e médias empresas usam IA em seus negócios.

Coelho comentou sobre evolução dos agentes de IA, modelos de IA pré-programados para execução de tarefas sem a interferência humana, como ferramentas de “IA com currículo” e buscou afastar o temor do desemprego gerado pela tecnologia. “Sempre vai aparecer um especialista para dizer que agora vai todo mundo ficar desempregado”, disse o presidente do Google.

“No Google a gente costuma dizer o seguinte: ‘você não vai ter perdido o seu emprego por conta da inteligência artificial. Provavelmente, se você não se esforçar e aprender, você vai perder o seu emprego para algum profissional que conheça a inteligência artificial'”, disse o executivo. “As aplicações vão acontecer, tomara que seja no Brasil e tomara que elas não venham de fora porque o país pode estar relegado a ser um importador de tecnologia”, frisou. As informações são do jornal Valor Econômico.

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