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Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2019
País-sede do Mundial sub-17, o Brasil faz o jogo de estreia do torneio neste sábado (26), contra o Canadá, às 17h, no estádio Bezerrão, no Distrito Federal, com a missão de tentar voltar a vencer um dos principais torneios de seleções de base.
Nessa categoria, a seleção brasileira não fatura o título desde 2003, quando venceu a Espanha por 1 a 0 na decisão. Campeã também em 1997 e 1999, a equipe chegou até as semifinais em 2 das últimas 4 edições, mas viu a Nigéria ultrapassá-la como maior vencedora, com cinco títulos no total, três deles conquistados de 2007 para cá.
Para a edição deste ano, o Brasil só conseguiu a classificação porque sediará o Mundial.
Inicialmente, a competição seria realizada no Peru, que desistiu da organização em fevereiro. A Fifa, então, recorreu aos brasileiros para recebê-lo.
No Sul-Americano sub-17, que foi disputado entre março e abril, o time comandado por Guilherme Dalla Déa parou ainda na fase de grupos.
No Grupo B, ao lado de Uruguai, Paraguai, Argentina e Colômbia, teve a mesma pontuação de uruguaios, paraguaios e argentinos (sete pontos), mas não se classificou ao mata-mata pelos critérios de desempate.
Para o técnico Carlos Amadeu, que trabalhou recentemente com as seleções de base sub-17 e sub-20, o Brasil tem encontrado dificuldade em formar bons elencos para o Mundial pela dificuldade que os clubes colocam na liberação de atletas.
“Há um comportamento dos times brasileiros que é a utilização precoce dos jogadores, sobretudo na faixa dos 18, 19 anos. Agora começaram a usar jogadores de 17 anos. Os principais talentos acabam não jogando Mundial. É o caso do Vinicius Júnior, que não jogou o Mundial [de 2017] porque o Flamengo, de última hora, não liberou. E agora aconteceu o mesmo caso com o Reinier [também do Flamengo, que não o liberou]. São os dois maiores expoentes de suas gerações”, ele diz à reportagem.
Na última edição do torneio, há dois anos, a seleção brasileira parou na semifinal diante da Inglaterra, que acabou se sagrando campeã. Os ingleses, inclusive, também faturaram o Mundial sub-20 no mesmo ano.
Inspirado no centro de treinamentos de Clairefontaine, na França, o complexo inglês de St. George’s Park foi inaugurado em 2012 e, desde então, as seleções de base inglesas colhem os frutos do projeto.
O investimento na formação, que rendeu ao continente europeu sete títulos mundiais entre sub-17 e sub-20 neste século, também tem dificultado a vida, por exemplo, de argentinos e brasileiros, grandes centros reveladores de talentos.
“Os europeus hoje estão muito fortes, com trabalhos consistentes. Na Europa, os clubes estão organizados nas datas Fifa, liberam os atletas para todas essas datas. Todo ano o atleta veste a camisa da seleção de seu país em mais de dez convocações, um número de jogos internacionais muito grande”, afirma Amadeu.