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Geral Brasil tem dez mulheres assassinadas por dia

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Instituto Elas por Elas, promove a "Marcha pela paz e contra o feminicídio", no Distrito Federal. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

A cada dia, dez mulheres com diferentes trajetórias de vida são assassinadas no Brasil. Foram 3.903 ocorrências em 2023, o maior patamar desde 2018. Isso é o que aponta o Atlas da Violência, relatório produzido anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Conforme os dados, divulgados nessa segunda-feira (12), para cada 100 mil habitantes, houve 3,5 casos de homicídios de mulheres no período mais recente para o qual há dados. A estimativa é que um terço dos casos sejam de feminicídios.

“É preocupante”, afirma Manoela Miklos, pesquisadora sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo ela, não há uma única explicação para o aumento – a hipótese de que, para além dos feminicídios, haja mais mulheres engajadas em dinâmicas em condutas criminosas, por exemplo, não é descartada.

A pesquisadora ressalta que, independentemente dessa leitura, o cenário cobra a adoção urgente de políticas públicas focadas em diminuir a violência contra a mulher, em especial nas regiões onde os índices estão mais elevados.

O Estado com a maior taxa de assassinatos de mulheres foi Roraima (10,4), com 31 casos em 2023. Na sequência, estão Amazonas, Bahia e Rondônia, todos com taxa de 5,9. Em contrapartida, tiveram os menores índices São Paulo (1,6), Distrito Federal (2,7) e Santa Catarina (2,8).

“O mais interessante sobre essas taxas é comparar: quando a gente olha para as taxas de homicídios em geral, a gente percebe um recuo de casos. Quando a gente olha para a taxa de homicídios de mulheres, não”, afirma. “A gente precisa melhorar no desenho, na implementação de serviços públicos para mulheres vítimas de violência.”

O Brasil teve queda de 2,3% na taxa de homicídios, com 45.747 casos em 2023, também segundo o Atlas. O índice ficou em 21,2, menor patamar pelo menos desde 2013, ano que marca o início da série histórica.

No caso dos homicídios de modo geral, estudos e especialistas que analisam os dados de violência no País têm apontado que facções criminosas, e não políticas públicas, têm sido a principal causa da variação das taxas de homicídio no Brasil na última década.

A base das organizações criminosas é composta majoritariamente por homens, mas há também a presença de mulheres na criminalidade de rua. Recentemente, por exemplo, a Polícia Civil de São Paulo prendeu a Mainha do Crime, apontada como financiadora de gangues que assaltam com motos na capital.

Metodologia

O relatório do Atlas, um dos mais completos na área da segurança pública, busca retratar a violência no Brasil principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Esse modo de análise permite ter uma visão mais ampla sobre a violência no País, “desviando” de possíveis subnotificações. Em vez de lançar luz sobre feminicídios registrados, por exemplo, o relatório foca em homicídios de mulheres.

“A lei (do feminicídio) começa em 2015 como uma categoria penal. No entanto, o feminicídio existe desde que o mundo é mundo. Então a gente queria achar uma proxy, uma medida indireta do feminicídio no Brasil mesmo antes da criação da lei”, afirma Daniel Cerqueira, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea.

A opção foi usar os homicídios de mulher que ocorrem dentro de casa como feminicídio. “As evidências nacionais e internacionais mostram que, quando uma pessoa é assassinada dentro de casa, em mais de 90% das vezes o perpetrador é íntimo da vítima: marido, ex-cônjuge ou familiar muito próximo”, explica o pesquisador.

Conforme o Atlas, de acordo com os registros do SIM, em 2023, do total de homicídios registrados de mulheres, 35% aconteceram na residência. “Considerando essa proporção, 1.370 dos 3.903 homicídios registrados no ano teriam acontecido nesse local, sendo lidos, portanto, como feminicídio”, aponta o relatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/brasil-tem-dez-mulheres-assassinadas-por-dia/ Brasil tem dez mulheres assassinadas por dia 2025-05-12
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