Quinta-feira, 31 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de novembro de 2021
O Brasil registrou 111 acidentes aéreos em 2021 com aeronaves de pequeno porte, como o que matou na última sexta-feira (5) a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em Caratinga (MG), segundo dados do site do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. Em todo o ano anterior, foram contabilizados 149 acidentes.
O número de acidentes com táxis aéreos, como o que levava a cantora, triplicou de um ano para o outro: foram três casos registrados no ano passado contra nove em 2021. Além de Marília, morreram na sexta-feira o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da artista, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
De janeiro de 2020 até agora, o Cenipa publicou 43 relatórios de investigações de acidentes aéreos. Entre as principais causas dos desastres apontadas nos relatórios estão falha ou mau funcionamento do motor, perda de controle em voo e falha do motor em voo.
Atualmente, há no Brasil 23.961 aeronaves de pequeno porte e sem fins comerciais, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil. Destes, estão em situação normal de uso 8.311, segundo a Anac. O número de táxis aéreos regularizados no país é de 470.
Dos acidentes com aeronaves de pequeno porte registrados até outubro de 2021 pelo Cenipa, 82 foram com aviões, 11 com helicópteros, dois com planadores e outros oito com ultraleves. No caso dos oito restantes dos registros do centro, não há indicação do tipo de aeronave envolvida.
O último relatório estatístico da Cenipa aponta que, de 2010 a 2019, foram registrados 1.210 acidentes e 559 incidentes graves de aviões de pequeno porte.
Neste período, houve 668 casos com aviões particulares, com uma média de 67 acidentes e 24 incidentes graves por ano.
Um vídeo registrado por uma câmera acoplada na farda de um policial militar que trabalhou no resgate dos corpos do avião com a cantora, divulgado ontem, mostra que, no início do socorro, ainda havia a impressão na equipe de que um dos ocupantes poderia estar vivo. A esperança foi desfeita quando os policiais entraram no avião.
Os destroços do aparelho serão periciados no Rio de Janeiro, e os motores, em Sorocaba (SP). A fuselagem do avião ficou guardada em um galpão em Caratinga, e a empresa que guinchou o bimotor vai enviar o material para o Rio.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar responsabilidades pela queda. O avião rompeu um cabo de energia da Cemig. As informações são do jornal O Globo.