Sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2015
A Justiça do Equador decidiu liberar a brasileira Manuela Lavinas Picq, de 38 anos, que estava detida no país desde a noite da última terça (13).
A jornalista havia sido presa durante a cobertura de uma manifestação contrária ao governo do presidente Rafael Correa, em Quito, na última quinta (13).
Manuela, que vive no Equador desde 2004, com idas e vindas, disse que sua detenção era uma “vingança” do governo Correa contra o namorado, que vem liderando manifestações contrárias à exploração de petróleo e mineração em territórios indígenas.
Segundo informações da diplomacia brasileira em Quito, a juíza migratória Gloria Pinz declarou nulo o processo de deportação e determinou a imediata liberação de Manuela.
A juíza também solicitou à promotoria que investigue “incongruências” nas práticas de policiais e de funcionários da chancelaria equatoriana que cancelaram o visto da brasileira e a mantiveram detida nos últimos três dias.
A jornalista estava com seu companheiro, Carlos Pérez Guartambel, liderança do movimento indígena no Equador, quando foram cercados por policiais.
Imagens divulgadas por manifestantes na internet mostram Manuela e Carlos sendo agredidos e arrastados por policiais.
Desde então, Manuela foi mantida sob custódia da polícia, seu visto foi cancelado e foi iniciado um processo para sua deportação, que foi rejeitado pela Justiça nesta segunda (17).
COMEMORAÇÃO
A mãe de Manuela, a economista Lena Lavinas, que acompanhou o caso do Rio, comemorou a decisão da Justiça.
“Em um país em que todas as instituições são fortemente controladas por Rafael Correa, essa juíza é uma exceção. Sua decisão é uma vitória para a democracia, não só para o Equador, mas para toda a região. Que as nossas democracias sejam fortalecidas e que a Justiça não seja manipulada”, disse Lena.
Ela contou que a filha deixou a Unidade de Delitos Penais, em Quito, logo após o julgamento, que terminou por volta de 20h (hora de Brasília), e se juntou aos manifestantes que faziam um protesto de apoio à sua permanência no país. Carlos, seu namorado, foi o responsável por sua defesa.
Manuela já deu aulas na Universidade de San Francisco de Quito e trabalhou como jornalista freelancer para a Al Jazeera e outras empresas de comunicação. (Mariana Carneiro/Folhapress)