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Economia Brasileiro ou americano? Coca-Cola faz questão de dizer que novo CEO nasceu nos Estados Unidos

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Henrique Braun vai assumir o cargo de CEO global da Coca-Cola no fim de março. (Foto: Reprodução)

A propaganda da Coca-Cola há muito deixa claro que seu produto principal é “The Real Thing” (“a coisa real”). Agora, a gigante de bebidas quer que você saiba que seu novo chefe é um verdadeiro americano. No comunicado de imprensa de quarta-feira anunciando que Henrique Braun sucederia James Quincey como principal executivo da empresa, a Coca-Cola afirmou que Braun “é um cidadão americano que nasceu na Califórnia e foi criado no Brasil”.

A menção à cidadania de Braun foi incomum para uma empresa sediada nos Estados Unidos e levantou a questão de se isso foi feito por razões geopolíticas – especialmente depois que o presidente Donald Trump se intrometeu nos assuntos tanto da Coca-Cola quanto do Brasil neste ano.

“Dada este governo e a controvérsia sobre imigração, eles estão cobrindo todas as frentes”, disse Charles Elson, especialista em governança corporativa. “Neste ambiente em que há um forte movimento de ‘Made in America’, você deixa claro que seu CEO foi feito na América.”

A Coca-Cola recusou-se a comentar por que mencionou a cidadania de Braun.

Trump, cujo amor por Diet Coke é tão forte que sua mesa supostamente tem um botão usado para pedi-las, também tem grande interesse na estratégia da empresa de bebidas.

Em julho, ele sugeriu que a Coca-Cola havia “concordado” em substituir o xarope de milho de alta frutose por açúcar de cana em sua cola principal nos EUA, gerando uma onda de especulações e provocando queda nas ações da refinadora de milho Archer-Daniels-Midland.

Dias depois, a Coke disse que lançaria uma nova variante adoçada com açúcar, fazendo o anúncio na Fox – um canal de notícias preferido pelo governo Trump.

O Brasil também atrai a atenção de Trump. Durante o verão, o presidente americano ameaçou impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros para pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a encerrar o que Trump chamou de “caça às bruxas” contra seu predecessor Jair Bolsonaro, um aliado de Trump que mais tarde foi condenado por tramar um golpe. Trump posteriormente recuou, isentando dezenas de produtos alimentícios brasileiros das tarifas elevadas e garantindo uma vitória para Lula.

O presidente dos EUA também tomou medidas para reformular a política de imigração dos EUA, revogando milhares de vistos e buscando “pausar permanentemente” a migração de certos países.

Esses eventos, somados ao mantra “America First” da administração Trump, podem ter levado a Coca-Cola a decidir que era mais seguro deixar a nacionalidade de Braun tão clara quanto uma garrafa de Coke de vidro.

Com sede em Atlanta, mas com operações globais extensas, a Coca-Cola serve cerca de dois bilhões de bebidas por dia em mais de 200 países e territórios. No ano passado, a América do Norte respondeu por menos de um quinto do volume de bebidas entregues pela empresa.

Os CEOs da companhia, ao longo dos anos, vieram da Irlanda e da Austrália, com Quincey do Reino Unido. O ex-CEO Muhtar Kent nasceu em Nova York, mas foi criado na Turquia, enquanto Roberto Goizueta nasceu em Cuba, mas tornou-se cidadão americano.

O australiano Doug Daft, que se tornou CEO em 2000, simbolizou o desejo da empresa de olhar além de sua herança americana, segundo Jonathan Feeney, analista veterano de bens de consumo que agora atua como consultor corporativo.

A sequência de CEOs nascidos no exterior torna as origens americanas de Braun “particularmente dignas de nota”, disse Feeney: “É um detalhe interessante que não ficaria claro a menos que eles mencionassem.”

Quando Quincey foi nomeado CEO em 2016, substituindo Kent, sua origem inglesa não foi mencionada.

Quaisquer que tenham sido as motivações da Coca-Cola, “esse é o tipo de coisa que você precisa fazer”, disse Paul Argenti, especialista em comunicação corporativa da Tuck School of Business de Dartmouth. “Vivemos tempos loucos.” As informações são da agência de notícias Bloomberg.

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