Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2018
O Distrito Federal é a única unidade do País onde mulheres ganham, em média, mais do que homens. É o que aponta a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho, cuja compilação dos dez últimos anos de pesquisa foi divulgada na segunda-feira (19). De acordo com o levantamento, que analisou números entre 2007 e 2016, as mulheres do DF ganham em média R$ 5.261,80. Já os homens recebem salário de R$ 5.196,10.
O número se contrapõe a outro, que indica que o mercado de trabalho do Distrito Federal é composto só em 38% por mulheres – 62% são homens. Entre 1,25 milhão de trabalhadores, apenas 474 mil são do gênero feminino.
Por quê?
No Distrito Federal, as mulheres são empregadas em maioria no setor de serviços (50,7%) e na administração pública (29,5%). É no funcionalismo público que ficam os maiores rendimentos. “Observa-se que há uma concentração de mulheres em ocupações de nível superior, que apresentam salários mais elevados”, informou o ministério.
“Pode-se dizer, portanto, que os salários das mulheres na administração pública do DF contribui para elevar sua média salarial. Esta é uma particularidade do Distrito Federal, onde há concentração do emprego formal neste setor.”
Dados nacionais
Considerando dados de todo o País, a administração pública é a única área na qual há mais mulheres em ação do que homens. Dos 8,8 milhões de postos de trabalho, 59% são ocupados por elas. Nacionalmente, as ocupações com maior concentração de trabalhadoras são as de auxiliar de escritório, assistente administrativo e vendedora no comércio de varejo.
Tendência de melhora
O levantamento do ministério mostrou que existe uma tendência de melhora quanto à participação feminina no mercado de trabalho, apesar de ainda haver descompassos salariais – principalmente por serem quem mais têm ensino superior completo.
Em 2007, as mulheres respondiam por 40,85% dos postos de trabalho e ganhavam 17% a menos do que homens. Dez anos depois, mulheres passaram a ocupar 44% de todas as vagas. E a diferença salarial entre os gêneros caiu para 15%.
Conheça outros destaques revelados pela Rais:
Escolaridade
– Mulheres são maioria entre os trabalhadores com ensino superior completo.
– Em 2016, elas representaram 59% dos profissionais com vínculo empregatício.
Setores
– Equilíbrio ocorre apenas no setor de Serviços: 48,8% da participação é feminina e 52,2% é masculina.
– Administração Pública é o único setor econômico em que as mulheres são maioria.
Estados
– Roraima (49,3%), Amapá (47%) e Acre (46,7%) são os estados com menor disparidade de participação no mercado de trabalho.
– Alagoas e Pará têm a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres.
Segundo a pesquisa, cujos dados são de 2016, a principal ocupação das mulheres é como auxiliar de escritório (1,3 milhão de vínculos registrados) e assistente administrativo (outros 1,3 milhão), depois vendedora de comércio varejista (1,18 milhão de vagas), faxineira (984,4 mil) e caixa (712,18 mil).
As outras ocupações femininas mais comuns são: professora de nível médio no ensino fundamental (612,12 mil vínculos); técnica de enfermagem (475,3 mil), recepcionista (435 mil), cozinheira (415 mil), professora de nível superior do ensino fundamental (345,5 mil), trabalhadora de serviços de limpeza e conservação de áreas públicas (342 mil) e professora da educação de jovens e adultos do ensino fundamental (302,11 mil).