Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2016
Nem sempre o mal do corpo é causado por uma doença. Situações cotidianas de estresse, como atrasar o pagamento das contas ou dormir em um ambiente bagunçado, podem afetar a saúde emocional, com reflexos até na parte física, alertam especialistas.
“Desgastes fazem parte do dia a dia. Mas, quando esses problemas ocorrem de forma repetitiva e trazem sofrimento a si e às pessoas próximas, podem acarretar uma dificuldade emocional ou até depressão”, aponta o psiquiatra Bernard Miodownik.
Brigas e bate-bocas – seja entre familiares, amigos ou até nas redes sociais – também são nocivos. Nessas situações, o sistema endócrino, responsável pela produção de ocitocina, o “hormônio do amor”, e serotonina, o “hormônio da felicidade”, é afetado.
“O cérebro evoluiu para dar atenção às experiências negativas, pois as entende como ameaça. O gasto excessivo de energia, preocupando-se com o que está pendente cria ambiente interno de instabilidade”, destaca o especialista em saúde quântica Wallace Lima.
Ele cita, ainda, a medicina tradicional chinesa, que entende que as emoções têm relação com os órgãos: “O ódio tende a afetar o fígado; a tristeza, o pulmão. Os rins são mais comprometidos pelo medo; e o pâncreas é afetado por preocupações”.
Como perceber o problema.
Para a psicóloga e psicoterapeuta Aline Gomes, uma forma de detectar como os problemas estão lhe afetando é perceber se passa mais tempo do dia estressado ou triste. “Se [os problemas] estão afetando suas relações, fazendo com que você não se reconheça, é hora de procurar uma ajuda”, explica ela, que aconselha terapia individuais ou grupos de acolhimento.
Novo foco.
“Outra coisa é se organizar e delegar funções: o que eu posso descartar? O que é prioridade? Há pacientes que tratam com urgência o que não é urgente”, observa.
Em caso de depressão, cujo diagnóstico é feito com um especialista, o tratamento pode ser feito com psicoterapia e medicação antidepressiva, recomenda Bernard. (AG)