Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2015
 
				A prisão do pecuarista José Carlos Bumlai se insere em um esquema de corrupção e fraude para pagar dívidas da campanha da reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme os depoimentos de delatores e provas que embasaram a decretação da prisão do pecuarista pelo juiz Sergio Moro.
Preso pela Polícia Federal em Brasília nesta terça-feira (24), no âmbito da Operação Lava Jato, o pecuarista, que é amigo de Lula, foi levado para Curitiba.
“José Carlos Bumlai se insere totalmente neste quadro [corrupção, fraude e lavagem sistêmica], pois as provas indicam que disponibilizou seu nome e suas empresas para viabilizar, de maneira fraudulenta, a partido político, com todos os danos decorrentes à democracia”, escreveu Moro no decreto de prisão.
Num dos depoimentos de sua delação premiada, citados por Moro para justificar a prisão, o ex-gerente da área internacional da Petrobras Eduardo Musa afirmou que havia uma dívida de R$ 60 milhões da campanha presidencial de 2006, na qual Lula foi reeleito, com o banco Schahin. Para quitá-la, o governo utilizaria o contrato de operacionalização da sonda Vitória 10.000.
Musa afirmou, em delação, que recebeu US$ 720 mil no exterior a título de propina.
Também delator, o acionista do grupo Salim Schahin afirmou que o negócio foi avalizado por Lula.
“Bumlai chegou a dizer a Fernando [Schahin, diretor do grupo] que o negócio estava ‘abençoado’ pelo presidente Lula”, disse o delator, em depoimento.