Sábado, 04 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2015
Burkina Faso vai retornar ao governo civil e um governo interino liderado pelo presidente Michel Kafando será reinstalado, revertendo um golpe militar, disse o presidente de Benin, Thomas Boni Yayi, nesse sábado.
“Vamos relançar a transição em vigor – uma transição liderada por civis, com Michel Kafando”, disse ele a jornalistas após reunir-se com o líder do golpe, o general Gilbert Giendere, na capital Ouagadougou.
Dez pessoas foram mortas e mais de 100 feridas nas ruas da capital de Burkina Faso desde um golpe militar na quinta-feira, disse uma fonte do principal hospital da cidade neste sábado.
A maioria das vítimas recebeu tratamento por ferimentos a bala. Entre os mortos está uma pessoa de 14 anos, disse a fonte.
O presidente do regime de transição de Burkina Faso, Michel Kafando, que estava detido pelos militares que destituíram seu governo, e foi libertado na noite de quinta-feira, anunciaram os golpistas. O primeiro-ministro permanece detido.
Os dirigentes da transição em Burkina Faso estavam retidos desde quarta-feira à tarde, quando militares invadiram o conselho de ministros.
“Como sinal de apaziguamento e de interesse geral, o conselho nacional para a democracia decidiu libertar os ministros e Michel Kafando”, afirma um comunicado.
Apenas o primeiro-ministro Isaac Zida não foi libertado e permanece em “detenção domiciliar”, informou à imprensa o novo homem forte do país, o general Gilbert Diendéré, que assumiu oficialmente na quinta-feira a liderança dos golpistas.
O tenente-coronel Zida é o ex-número dois do RSP (Regimento de Segurança Presidencial), a unidade de elite que executou o golpe de Estado.
Ele chegou ao poder no ano passado, após a queda do presidente Blaise Compaoré. A princípio considerado o homem do exército na transição, suas relações com o RSP rapidamente se deterioraram, a ponto de ter sua demissão exigida em vários momentos por oficiais superiores durante o ano, o que provocou distúrbios.
O general Dienderé comandava o RSP durante o regime de Blaise Compaoré, de quem era braço direito.
A comunidade internacional, que condenou o golpe, exigiu a libertação dos dirigentes do processo de transição.
A União Africana anunciou na sexta-feira a suspensão de Burkina Faso, bem como sanções contra os instigadores do golpe militar. (Reuters)