Quarta-feira, 11 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2020
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que uma aeronave de reconhecimento dos Estados Unidos foi interceptada sobre o Mar Negro nesta segunda-feira (27). De acordo com a agência russa Tass, citando o Centro Nacional de Gerenciamento de Defesa, o avião americano P8-A Poseidon se aproximou do espaço aéreo da Rússia, o que levou ao acionamento de um caça Sukhoi Su-27. Pouco depois, o avião americano mudou de rota, afastando-se da fronteira.
“O voo da aeronave russa Su-27 ocorreu de acordo com as regras internacionais para o uso do espaço aéreo. Não foram permitidas violações da fronteira da Federação Russa”, diz o comunicado do Centro de Gerenciamento de Defesa, reproduzido pela Tass. O Pentágono não fez comentários, e Moscou não revelou o local do incidente.
A área do Mar Negro é vigiada de forma constante por aeronaves da Rússia e dos EUA, que por vezes atuam no limite das regras para espaços aéreos internacionais. Na semana passada, por exemplo, ocorreram dois incidentes do tipo envolvendo o P-8 Poseidon dos EUA e os Su-27 da Rússia, sem que houvesse violação de espaço aéreo.
Em 2018, contudo, os EUA acusaram a Rússia de violar os acordos de conduta aérea quando, segundo o Pentágono, um Su-27 russo voou a menos de dois metros de distância de uma aeronave de reconhecimento americana. Além do Mar Negro, o Mar Báltico, no norte europeu, é cenário frequente de “encontros” entre aviões russos, americanos e de nações da Europa, com acusações mútuas de descumprimento das normas de conduta no ar.
Satélites em órbita
Em outro caso, os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido acusaram a Rússia de testar uma arma capaz de atingir satélites em órbita, no que poderia ser potencialmente uma ameaça à segurança no espaço. Em comunicado, o Comando Espacial dos EUA disse que, no dia 15 de julho, a Rússia lançou um “novo objeto em órbita a partir do Cosmos 2543”, um satélite de monitoramento em operação desde 2019. O texto afirma que o objeto não levou riscos a outros equipamentos próximos.
“O sistema de satélites russo usado para conduzir esse teste de armamentos orbital foi o mesmo sistema sobre o qual levantamos questionamentos no começo do ano, quando a Rússia manobrou perto de um satélite do governo dos EUA”, disse, em comunicado, o general John Raymond, chefe do Comando Espacial e da recém-criada Força Espacial dos EUA. “Isso se soma às evidências dos esforços da Rússia para desenvolver e testar sistemas (de defesa) baseados no espaço, algo coerente com a doutrina militar publicada pelo Kremlin para empregar armas que coloquem em risco os EUA e seus aliados no espaço.”
O mesmo sistema de satélites foi alvo de críticas e preocupação por parte de Washington e Londres em 2018 e no começo do ano, por conta do que os dois governos chamaram de “comportamento anormal” dos equipamentos em órbita. Em abril, os EUA denunciaram o teste do que seria um míssil capaz de destruir satélites. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.