Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de maio de 2016
Quem vê a cachorrinha Joana correndo, pulando e latindo sob os olhos atentos da dona, em Botucatu, no interior de São Paulo, não imagina que o animal estava fadado a morrer subitamente. A cadelinha, da raça schnauzer, tinha uma grave doença cardíaca e sofria constantes desmaios e convulsões. Submetida a uma cirurgia no Hospital Veterinário da Universidade Estadual Paulista, em 3 de março, Joana recebeu um marca-passo usado em humanos e agora leva uma vida normal.
Implante do equipamento era a única chance de vida do animal.
A dona da pet, Rosa Maria da Silva, procurou o Hospital Veterinário depois de se desesperar com os seguidos desmaios de Joana. Um eletrocardiograma apontou alterações compatíveis com a síndrome do nó sinusal, uma anomalia que afeta o ritmo do coração e que atinge principalmente fêmeas da raça schnauzer. “Monitoramos os batimentos por 24 horas e constatamos pausas de até 8 segundos que causavam os desmaios. O caso era grave e a única saída seria implantar o marcapasso”, explicou a veterinária Amanda Cruz Aleixo.
Equipe multidisciplinar acompanhou a operação.
O professor Rubens Ramos de Andrade, da Faculdade de Medicina, foi contatado e cedeu o equipamento, dotado de uma bateria que envia impulsos elétricos ao coração. A realização da cirurgia incomum reuniu as equipes da Medicina e dos serviços de Anestesiologia e de Cardiologia Veterinária da universidade. Residentes acompanharam a intervenção, que durou pouco mais de uma hora. A dona de Joana, que tinha sido avisada dos riscos da operação, comemorou o resultado.
Cura conquistada.
Passado um mês da cirurgia, a cachorrinha é considerada curada. “O coração está batendo certinho como um relógio, e os desmaios cessaram. Ela está feliz como nunca”, disse. O Hospital Veterinário de Botucatu atende mais de 20 mil casos de animais por ano e é considerado o maior da América Latina em número de consultas.