Domingo, 28 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2025
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou na semana que passou que a geração de postos formais de trabalho no Brasil voltou a crescer em agosto, segundo dados preliminares do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No entanto, ele destacou que o avanço ocorre em um ritmo menor do que o registrado nos meses anteriores.
“O Caged de agosto vem crescendo de novo, mas abaixo do ritmo que vinha crescendo anteriormente. Mês passado já cresceu abaixo do ritmo, desacelerou e continua desacelerando”, disse Marinho durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O dado oficial será divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta segunda-feira (29). Marinho não especificou a base de comparação, mas, de acordo com dados anteriores, em julho deste ano foram criadas 129.775 vagas com carteira assinada, enquanto em agosto de 2023 o saldo foi de 239.057 postos de trabalho formais.
Segundo o ministro, o cenário de desaceleração tem relação direta com o atual nível da taxa de juros no país, o que, em sua avaliação, impede uma recuperação mais robusta do mercado de trabalho. “Esse ambiente de juros altos é um impeditivo para a gente olhar um trimestre mais vigoroso. Ele será um bom trimestre, acredito que o crescimento do PIB está garantido, mas é preciso que o Banco Central inicie muito rapidamente a redução de juros”, afirmou.
Apesar da desaceleração recente, Marinho se mostrou otimista quanto ao saldo final da geração de empregos em 2024. Segundo ele, o país deve encerrar o ano com aproximadamente 1,5 milhão de novas vagas formais. “Este ano acho que está dado, vamos talvez ter um saldo da ordem de 1,5 milhão de empregos formais no Brasil”, declarou.
O ministro também comentou sobre as medidas implementadas pelo governo para minimizar os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre determinados produtos brasileiros. Entre as alternativas oferecidas aos setores afetados estão acordos trabalhistas como antecipação de férias e suspensão temporária do contrato de trabalho. No entanto, a adesão ainda é considerada baixa. “Há algumas consultas, mas nada concreto”, afirmou.
Marinho projetou ainda que o saldo de geração de empregos formais para o ano de 2025 também poderá atingir a marca de 1,5 milhão de novas vagas, especialmente se houver uma sinalização positiva na política monetária. “O início da flexibilização monetária agora ajudaria na sinalização para 2026”, concluiu. (Com informações do Valor Econômico)