Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2016
A Caixa Econômica Federal abriu sindicância para apurar aportes de 4,2 bilhões de reais feitos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a empresas citadas na delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente do banco. Por meio do fundo de investimento que usa parte da poupança dos trabalhadores para investir em infraestrutura, foram desembolsados 3,2 bilhões de reais em sete operações de financiamento ou participação societária.
A operação de maior valor foi da Eldorado Brasil, que conseguiu 940 milhões de reais para uma fábrica em Três Lagoas (MT). A empresa é do grupo J&F, que também controla a Friboi.
O ex-vice-presidente da Caixa contou em delação premiada que logo após sua nomeação para o cargo, em 2011, foi obrigado a assinar uma carta de renúncia que poderia ser usada pelo seu padrinho político, o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), caso ele não atendesse a seus interesses no banco público. De acordo com Cleto, o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro o chamou no escritório por intermédio de um de seus parceiros, Alexandre Margotto. “Margotto apresentou três vias de uma carta de renúncia ao cargo de vice-presidente da Caixa”, afirmou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. (AE)