Sexta-feira, 13 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2025
A Câmara também já foi notificada pelo Supremo sobre a determinação de cassação do mandato de Zambelli
Foto: Lula Marques/Agência BrasilO presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, informou nesta quinta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do pagamento de salários e verba de gabinete de Carla Zambelli (PL-SP). As medidas foram determinadas na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, após a expedição do mandado de prisão da parlamentar, que fugiu para a Itália para evitar o cumprimento da condenação a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.
A Câmara também já foi notificada pelo Supremo sobre a determinação do ministro para cassação do mandato de Zambelli, uma das consequências da condenação.
Mais cedo, Motta encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa a decisão que cassou a parlamentar. O procedimento dá início ao processo de perda do mandato.
Moraes enviou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o pedido de extradição de Zambelli. O documento contém a cópia da decisão que condenou a parlamentar, os artigos do Código Penal que fundamentaram a condenação e um resumo para que o governo brasileiro possa solicitar a extradição à Itália.
No sábado (7), o ministro determinou a execução imediata da condenação da deputada Carla Zambelli. A decisão foi tomada após a Primeira Turma da Corte negar, por unanimidade, recurso apresentado pela defesa da parlamentar para anular a condenação.
O hacker Walter Delgatti também foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo. Segundo as investigações, a invasão eletrônica foi executada por Delgatti e ocorreu a mando de Zambelli.
O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, entregou na manhã desta quinta o pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) ao “Farnesina”, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália, equivalente ao Itamaraty brasileiro.
O pedido foi entregue pessoalmente, em mãos, pelo embaixador brasileiro. Com isso, o governo italiano começa a análise da solicitação brasileira para que a parlamentar seja extraditada para cumprir pena no Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Após avaliação do órgão diplomático italiano, o caso segue ao Ministério da Justiça da Itália, onde o processo deve ser mais longo. No órgão, faz-se juízo de admissibilidade. Por fim, o pedido, com aval ou não dessa pasta, chega para o Judiciário do país.
As autoridades brasileiras e da Interpol sabem que a deputada está na Itália, onde deu entrada com passaporte italiano na última quinta-feira (5). Ela está com nome na lista de foragidos internacionais, procurada em 196 países.