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Câmera de segurança mostra o início da confusão antes da morte de João Alberto em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre

João Alberto é seguido por dois seguranças e dá um soco em um dos funcionários, antes de ser agarrado e ser agredido com chutes e socos. (Foto: Reprodução)

Novas imagens das câmeras de segurança de uma unidade do supermercado Carrefour mostram por outro ângulo a confusão antes do assassinato do homem negro de 40 anos, João Alberto Silveira Freitas, por dois seguranças na noite de quinta-feira (19) em Porto Alegre.

No vídeo, a vítima, apelidada de “Beto”, é seguida por dois seguranças e dá um soco em um dos funcionários. Em seguida, ele é agarrado e começa a ser agredido com chutes e socos, resistindo à tentativa de imobilização de pé.

Alguns segundo depois, um segurança pega uma das pernas de “Beto” e o derruba pela primeira vez. A vítima fica de cócoras, enquanto outro vigilante dá socos em sequência em sua cabeça. A cena é acompanhada por uma funcionária não identificada.

Após a primeira série de socos na cabeça, João Alberto tenta se defender com dificuldades e passa a ser agredido com socos no abdômen. Ele ainda é atingido ainda por uma joelhada na cabeça.

Cerca de um minuto depois, um homem, de bermuda e não identificado, chega e faz um gesto pedindo calma aos seguranças. Outros dois vigilantes chegam correndo do interior da loja. Enquanto um deles, de camiseta branca e gravata, ajuda os dois seguranças que já estavam segurando João Alberto, o outro só observa a ação.

A vítima passa a ser mantida deitada no chão por três pessoas e o espancamento continua com mais socos na cabeça, inclusive desferidos por um dos dois homens uniformizados que não tinha participado do começo das agressões.

Então, após Beto ser espancado por mais de um minuto e meio, a mulher dele, Milena Borges Alves, se aproxima e tenta impedir as agressões contra o companheiro, que permanecia no chão. Três homens uniformizados a afastam.

A dupla de seguranças permanece sobre o corpo de João Alberto, que é espremido de peito contra o chão. Um dos funcionários, inclusive, fica com o joelho nas costas da vítima, perto do pescoço. Mais de quatro minutos de agressão, sendo três deles sufocado e imobilizado com o joelho de um dos seguranças perto do seu pescoço, a vítima para de se mexer.

Os vigilantes – identificados como o segurança Magno Braz Borges, de 30 anos, e o policial militar Giovane Gaspar da Silva, de 24 – foram presos de forma preventiva. A vítima foi enterrada na manhã deste sábado (21), no Cemitério São João, em Porto Alegre.

Análises iniciais do IGP-RS (Instituto Geral de Perícias do RS) apontam para a possibilidade de asfixia como causa da morte de Beto, que foi espancado e morto na véspera do Dia da Consciência Negra.

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