Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2017
Em uma campanha publicitária veiculada em revistas de grande circulação, a refinaria de Manguinhos se vale de uma apreensão de álcool adulterado para atacar as maiores distribuidoras do país, a BR, Raízen (da Shell e Cosan) e Ipiranga. O pano de fundo é uma fiscalização da ANP (Agência Nacional do Petróleo) que encontrou álcool contaminado com metanol em cinco postos com bandeiras das distribuidoras.
Na sequência, a agência detectou a presença do produto adulterado em tanque de armazenamento compartilhado pelas companhias, o que elevou para 16 milhões de litros o volume do produto adulterado no Rio de Janeiro.
O metanol é importado para ser usado na produção de biocombustíveis e pela indústria de celulose, entre outros, mas a mistura ao álcool é proibida. “Do ponto de vista de qualidade, o metanol não é um combustível que causaria danos ao motor do carro. Ele é muito parecido como etanol e tem até performance melhor. Entretanto, como é tóxico, o produto é proibido como combustível”, diz Aurélio Amaral, diretor da ANP.
A regulamentação brasileira só permite a existência de 0,5% de metanol misturado ao álcool combustível. Após a ocorrência no Rio de Janeiro, outros 3 milhões de litros de álcool com metanol foram encontrados no Espírito Santo. Com a descoberta no dia 10 de novembro, a ANP autuou os postos e as distribuidoras, interditou a usina apontada como fornecedora do combustível e abriu processo administrativo. A investigação sobre o Espírito Santo ainda é reservada.
O resultado da análise da agência foi enviado para o Ministério Público do Estado do Rio, que abriu uma ação civil pública contra as distribuidoras.