Quinta-feira, 04 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2020
O câncer de mama é associado às mulheres. No entanto, homens podem ser diagnosticados com a doença. De acordo com o Inca, 1% do total de casos deste tipo de câncer são descobertos em pessoas do sexo masculino. Isso ocorre porque homens também possuem tecido mamário, só que em quantidade menor, o que possibilita que o nódulo seja facilmente apalpado.
Foi o caso de Roberto Sereno, de 63 anos. Durante um exame de rotina com seu cardiologista, em 2018, ele recebeu a indicação para fazer uma mamografia, na qual foram identificados dois nódulos em sua mama esquerda. Quatro meses depois, ele fez a mastectomia e iniciou o tratamento quimioterápico.
“No dia que recebi o diagnóstico, fiquei em choque. Porém, tive o apoio da minha esposa, meus filhos, minha irmã e sobrinhas, que me ajudaram muito, principalmente na quimioterapia. A família é realmente a nossa base”.
Muito religioso, Roberto recomenda que as pessoas em tratamento acreditem em Deus e se apeguem à religião, seja ela qual for. Caso o homem perceba alguma alteração nas mamas, um mastologista deve ser procurado imediatamente caso o homem sinta alguma alteração em suas mamas.
“Todos nós, mulheres e homens, devemos conhecer nosso corpo para perceber, precocemente, qualquer alteração. Com isso, vale a pena o homem apalpar uma vez por mês suas mamas. Para eles não há recomendação de mamografia de rotina”, diz a oncologista Sabrina Chagas.
Tecnologia
Uma empresa de Florianópolis trouxe da Europa uma tecnologia que permite avaliar as chances de desenvolver câncer de mama. O teste é feito utilizando uma amostra de saliva do paciente. O CEO da Brava, Marcos Oliveira, explica que o câncer de mama é uma doença multifacetada, com riscos genéticos, ambientais e derivados da interação entre esses dois componentes.
“A ideia do Vívida foi trabalhar em cima justamente de mitigar os riscos de um câncer de mama através de um programa integrado que inclua tanto as informações de risco genéticos, quanto as informações de risco ambientais, consolidados, unidas dentro de uma única plataforma digital onde a pessoa vai acessar essas informações”, explicou.
O programa inclui também orientação, por meio de telemedicina, com um médico especialista na interpretação do resultado do teste genético e das questões respondidas pela paciente.
O câncer de mama representa 29,7% dos casos de tumor maligno entre mulheres no Brasil, atrás apenas do câncer de pele, e é o tumor que mais mata. Em 2018, 16,4% das brasileiras que perderam a vida para a doença foram diagnosticadas inicialmente com câncer de mama, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
De acordo com o mastologista Gustavo Crippa, a nova geração de testes genéticos são um complemento aos testes já existentes. “Ter a consciência do risco é fundamental, pois ela serve não como uma sentença de que alguma coisa vai acontecer. Nós vão somos vítimas dos nossos genes, mas faz parte do processo de autoconhecimento para que a gente saiba conduzir a nossa vida e tomar as decisões referentes a nossa vida e as nossas escolhas da melhor forma possível”, finalizou.