Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de março de 2019
Pioneira. É assim que a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Canoas enxerga o município. Primeira no Rio Grande do Sul a incluir aulas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) no currículo escolar, a cidade demonstra preocupação em ser exemplo para o restante do Rio Grande do Sul. “Desejamos que outras cidades nos ajudem a mostrar a importância da implementação do ensino para surdos. Estamos esperançosos”, afirmou a diretora de Educação Inclusiva do SME, Renata Flores. A concretização da nova base curricular ocorre a partir do ano que vem, nas escolas que têm surdos totais e parciais, além de crianças com perda auditiva.
As competências que devem ser adotadas pelas unidades de ensino estão descritas no Referencial Curricular de Canoas, documento aprovado no final do ano passado pelo Conselho Municipal de Educação. Flores observa, porém, que não basta “apenas” ter as habilidades necessárias, mas também a compreensão dos docentes da relevância da medida. “O maior obstáculo é divulgar a proposta de Libras para os profissionais da educação. Há preconceito e resistência do professor em tentar entender. Acredito que o principal é a conscientização. É preciso saber que isso é necessário”, alertou.
E foi exatamente o que a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Bilíngue Vitória fez. Ela será a instituição modelo para o currículo de Libras na cidade. No local, são atendidos cerca de 40 alunos e as aulas são ensinadas em Libras e em Português. As duas disciplinas têm a mesma carga-horária de ensino, com três períodos semanais para cada conteúdo.
Além da implementação, a diretora de Educação Inclusiva do SME informou que um dos objetivos da Secretaria é realizar uma formação sistemática para professores da rede pública, a fim de que realizem capacitação para se comunicar com surdos. “O CEIA (Centro de Acessibilidade e Inclusão) visa a um melhor preparo dos profissionais”, afirmou.