Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2019
Em resposta a um post do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) no Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro publicou uma lista de políticos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) cujos nomes estão envolvidos em movimentações financeiras atípicas. Entre os parlamentares citados na lista, está o nome do seu irmão mais velho, o hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL). A postagem foi feita no último sábado (17).
A lista, que também tem representantes do PT, PDT, PSC e DEM, faz parte de um relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) que apontou movimentações atípicas de auxiliares de deputados. O nome de Flávio aparece no relatório, produzido no âmbito da Operação Furna da Onça, por conta das transações realizadas pelo policial militar Fabrício Queiroz, seu ex-assessor.
A interação entre os parlamentares começou quando Freixo, em post na rede social, cobrou posicionamento do ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre recentes interferências do presidente Jair Bolsonaro na superintendência da Polícia Federal no Rio.
“E aí, Sérgio Moro, você vai continuar nesse silêncio constrangedor enquanto o seu chefe Jair Bolsonaro desmoraliza a Polícia Federal pra blindar o Queiroz e proteger a família? Prefere ficar calado pra não melindrar o clã, ministro?”, questionou Freixo no Twitter.
Como resposta, o filho do presidente postou imagem que mostra a lista, aproveitando para questionar Freixo sobre os nomes do PSOL presentes na relação: o deputado estadual Eliomar Coelho e o ex-deputado Wanderson Nogueira.
“Aí maluc(x), o que tem pra falar sobre estes casos dos amigos do PSOL? Ou vai continuar fingindo que nada existe e que Copacabana Palace é Venezuela ou Cuba?”.
Procurada na tarde deste domingo (18), a assessoria do vereador informou que ele não comentaria o caso. À noite, Carlos usou o Twitter para chamar o jornal O Globo de “desonesto” e dizer que “descontextualiza tudo”.
Apesar de constar na lista publicada por Carlos, o nome de Wanderson Nogueira foi retirado em dezembro de 2018. O parlamentar aparecia entre os citados pelo Coaf por conta de uma servidora que foi nomeada para o gabinete da deputada Márcia Jeovani (DEM). No entanto, o Diário Oficial publicou que ela havia sido indicada para o gabinete de Nogueira, segundo a assessoria da Alerj.
O documento sobre as movimentações financeiras de servidores e ex-servidores da Alerj cita 2.301 pessoas físicas e 701 pessoas jurídicas. Deste total, 545 são servidores e ex-servidores da Alerj. E desses 545, “75 apresentaram movimentação financeira suspeita”, segundo o relatório.