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Mundo Carros elétricos põem fim ao longo reinado do rádio AM. O novo tipo de motor interfere na transmissão da faixa e montadoras decidem excluí-la de seus veículos

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À medida que os motores dos veículos elétricos ganham potência, cresce a estática que geram para as rádios AM. (Foto: Pixabay)

Os carros e a rádio AM estão juntos há muito tempo, mas a estrada que aguarda esses velhos companheiros de viagem se bifurcou. Os mesmos motores elétricos que propiciam velocidade superior a 240 km/h (quilômetros por hora) ao Tesla e permitem que o Chevy Bolt rode 380 quilômetros com apenas uma carga matam completamente a recepção de rádio AM. Em lugar de esportes, notícias, ou canções nostálgicas, os carros elétricos recebem apenas estática.

As montadoras de automóveis estão em uma corrida desabalada rumo a um futuro eletrificado, e rádios AM estão ficando pelo caminho, se unindo aos tape-decks, aos sistemas eight-track e aos ultrapassados cinzeiros.

Daniel Rich, de 58 anos, é fã tanto da rádio NBR AM 680, de San Francisco, Califórnia, quanto do Chevy Bolt. Isso significa que seu caminho de casa para o trabalho já não é mais tão aprazível. “Todos os meus outros carros, ao longo dos anos, eram capazes de captar a estação muito bem, apesar da distância”, disse o oftalmologista. “Mas não o Bolt.”

Uma porta-voz da General Motors disse que a GM estava ciente da questão quanto ao Bolt, e que havia “tomado providências”, mas se recusou a dizer exatamente quais. O problema, dizem especialistas, é que os os motores dos veículos elétricos geram frequências eletromagnéticas do mesmo comprimento de onda que os sinais das rádios AM. Isso cria ruídos e perda de sinal, por conta da interferência eletromagnética.

“Você tem dois sinais que literalmente colidem um com o outro e se cancelam, antes mesmo que a antena receba o sinal”, disse Brian McKay, diretor de inovação de motores e tecnologia na unidade americana da fabricante de autopeças alemã Continental.

À medida que os motores dos veículos elétricos ganham potência, cresce a estática que geram para as rádios AM. “O problema está se agravando”, disse McKay.

Em lugar de resolver as queixas quanto à baixa qualidade de recepção, algumas montadoras, entre as quais a BMW, removeram os rádios AM de seus veículos elétricos. A Honda já não os oferece no seu híbrido elétrico Acura NSX.

A Tesla removeu os rádios AM de todos os modelos que está produzindo atualmente, entre os quais o Model S, que oferecia essa opção. Em lugar disso, ela oferece um serviço de rádio via internet e também rádio FM, e como opcional oferece rádio de alta definição e conexão Bluetooth para transmitir rádio diretamente aos fones de ouvido.

Travis Hollman, de 49, dono de uma empresa na região de Dallas, no Texas, disse ter encomendado um Tesla com todos os opcionais quando o modelo ainda vinha equipado com o rádio AM. Seu Model S 2018 chegou em abril sem o rádio. “Fiquei tão furioso que quis devolver o carro”, conta.

Ele acabou ficando com o Model S, mas sente falta de ouvir os programas esportivos locais e as estações de rádio com programação política conservadora. “Eles não querem que eu ouça Rush Limbaugh”, brincou Hollman.

Os rádios AM eram tão comuns nos carros quanto os limpadores de para-brisas, desde a década de 1940. Nas viagens rodoviárias de verão, o rádio AM servia como estrela polar para os motoristas que atravessavam os Estados Unidos, oferecendo uma amostragem idiossincrática de culturas locais e uma distração para reduzir a fadiga causada por horas ao volante.

Na década de 1960, os rádios transistorizados recebiam esportes, notícias e música transmitidos por estações AM, em casa e nas ruas, e os rádios portáteis se tornaram tão onipresentes quanto os smartphones são hoje. As rádios AM atuais, que já estão lutando com uma perda de receita publicitária que dura uma década, se preocupam com a perda de ainda mais audiência motorizada.

“É um verdadeiro desafio para o setor, e eles estão tentando convencer as montadoras a incluir rádios AM” em todos os seus veículos, disse Mark Fratrik, vice-presidente sênior e economista chefe da BIA Advisory Services, uma empresa de pesquisa de mercado com foco na mídia eletrônica de massa.

Para mostrar que os tempos mudaram, o time de hóquei no gelo L.A. Kings anunciou em setembro que as transmissões de rádio de seus jogos deixariam de ser feitas via rádio AM e passariam a estar disponíveis apenas nas rádios via internet.

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